Cartaz do Festival de Berlim de 2012: as inspirações do diretor Sebastián Lelio foram sua mãe e a geração dela, raramente abordados em uma indústria obcecada com a juventude (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2013 às 16h06.
Berlim - Não faltaram aplausos para o drama chileno "Glória" neste domingo no Festival de Berlim, em parte por alívio, já que a mostra anual finalmente teve seu primeiro sucesso após uma série de fracassos.
A história tocante da busca de amor e aventura de uma mulher de meia idade na Santiago dos dias atuais atraiu comparações com Woody Allen, pela intimidade dos relacionamentos, e com Meryl Streep, pelo desempenho cativante da atriz Paulina Garcia.
Garcia faz Gloria, uma divorciada de 58 anos cujos filhos saíram de casa e que vai a boates de solteiros, onde dança, flerta e se recusa a se recolher mansamente à velhice.
Ali Gloria conhece Rodolfo, um ex-oficial da marinha charmoso mas complexo na casa dos 60 anos, com quem vive um romance arrebatador que acredita poder se tornar algo permanente. Enquanto tentam forjar um laço estável, suas vidas passadas insistem em atrapalhá-los, o que os críticos viram como uma metáfora do Chile que emergia da ditadura de Augusto Pinochet.
As inspirações do diretor Sebastián Lelio foram sua mãe e a geração dela, raramente abordados em uma indústria obcecada com a juventude.
"Diria que todos estamos enfrentando o que Glória está enfrentando, só acontece com algumas pessoas mais cedo do que com outras", disse ele aos repórteres em Berlim, onde "Glória" é um dos 19 filmes na competição principal e o mais popular até agora. "Todos encaramos encruzilhadas nas nossas vidas, e podemos nos recolher ou ir para a pista de dança".