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Filme argentino "Viúvas" transita entre humor e drama

Longa dirigido por Marcos Carnevale conta a relação entre amante e a mulher oficial após a morte do marido infiel


	Cena do filme argentino Viúvas: mulher oficial acaba levando a moça para morar em sua casa enquanto a garota ajeita a vida
 (Divulgação)

Cena do filme argentino Viúvas: mulher oficial acaba levando a moça para morar em sua casa enquanto a garota ajeita a vida (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 07h45.

São Paulo - A produção argentina "Viúvas" começa com o perigoso encontro de uma esposa (Graciela Borges) e uma amante (Valeria Bertucelli) diante do leito de morte do marido infiel.

A oficiosa sabia da oficial, mas não o contrário. Parece o ponto de partida de uma comédia, mas esse longa, dirigido por Marcos Carnevale ("Elza e Fred"), caminha pelo vale de lágrimas, e, se não beira o novelão mexicano, é por pouco.

A sorte do diretor é ter como protagonista a grande Graciela Borges - vista em filmes como "O Pântano" e "Dois Irmãos". Seu porte, seu tom de interpretação, sua presença de cena sugere que está mais do que na hora de ela fazer um filme com o espanhol Pedro Almodóvar.

Ela merece um personagem almodovariano. Aqui, ela é Elena, a viúva oficial de Augusto, que pede à mulher, em seu leito de morte, para cuidar de sua amante, a jovem Adela (Valeria Bertuccelli, de "XXY").

Apesar dos compreensíveis choque e aversão iniciais, Elena acaba levando a moça (muitos anos mais nova do que seu marido e ela também) para morar em sua casa enquanto a garota ajeita a vida. Ela é estudante de jornalismo que já largou a faculdade diversas vezes e perde o emprego numa rádio depois de abandoná-lo por diversos dias por conta de uma depressão.

A bem da verdade, o filme nunca entra num caminho que seria totalmente fantasioso, em que as duas se tornariam realmente amigas. Mas o roteiro também nunca se dá ao trabalho de desenvolver muito as personagens.

Graciela parece tomar Elena para si e dar-lhe vida sozinha, sem muita ajuda do roteiro ou da direção. Enquanto isso, Valeria derrapa numa personagem sem muita nuance, cujo desenvolvimento toma rumos óbvios e desinteressantes.

Em seu trabalho anterior, "Elza e Fred", Carnevale mostrara uma percepção mais aguçada ao contar o inusitado romance entre um casal mais idoso. Aquele filme conseguia combinar ternura e riso, o que aqui não se materializa.

O humor fica por conta do comediante Martín Rossi, que interpreta a empregada de Elena e que também cairia muito bem no elenco de uma comédia de Almodóvar.

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