São Paulo - E a Boca do Lixo foi finalmente aceita. Com grande resistência por parte do público e, principalmente, da crítica, o cinema paulistano rodado entre as décadas de 1960 e 1980 volta à cidade de origem agora com aceitação do chamado público cult. Aos resistentes, o apoio do Festival Internacional de Cinema de Roterdã e o pomposo título em inglês da mostra (The mouth of garbage – subculture and sex in São Paulo 1967-1987) talvez ajudem a acabar com o preconceito.

A retrospectiva alarga o espectro do cinema da Boca, exibindo obras que se tornaram referência do cinema vanguardista no país, como O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, e A Margem, de Ozualdo Candeias, até a pornografia non sense de Fuk fuk à brasileira.

Carlos Reichenbach, autor de Império do Desejo que morreu neste ano, também será homenageado com a exibição de seus filmes em novas cópias de 35mm.

Aos mais interessados ou aos que quiserem ter maior proximidade com o que foi a Boca do Lixo, a Cinemateca promove ainda um debate com a presença do cineasta Alfredo Sternheim, responsável por Anjo Loiro, que traz às telas uma jovem e, digamos, desinibida Vera Fischer. Para a programação completa, basta clicar aqui.

O que: The mouth of garbage – subculture and sex in São Paulo 1967-1987
Quando: Até 05 de agosto
Onde: Cinemateca Brasileira, Largo Senador Raul Cardoso, 207, São Paulo
Quanto: R$ 8