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Festival no Rio comemora Dia Mundial da Dança com diversas apresentações

O festival vai percorrer cinco cidades fluminenses (Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paraty e Petrópolis) até o dia 16 de maio

festival Sesc EntreDança (Adretimage/Agência Brasil)

festival Sesc EntreDança (Adretimage/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 29 de abril de 2022 às 10h32.

Quatorze grupos com protagonismo negro no cenário da dança iniciam hoje (29), Dia Mundial da Dança, a quinta edição do Festival Sesc EntreDança, considerado um dos maiores eventos do gênero no país. A última edição do festival, indicado duas vezes ao Prêmio Cesgranrio, ocorreu em 2019, antes da pandemia de covid-19.

Dando continuidade ao tema da última edição - O corpo negro -, o festival vai percorrer cinco cidades fluminenses (Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paraty e Petrópolis) até o dia 16 de maio. Na programação, estão obras de dança criadas e executadas por artistas negros.

Dezesseis espaços desses municípios fluminenses, entre unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) e parceiros, receberão os grupos de dança do Rio e de mais cinco estados brasileiros: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. A maioria dos espetáculos é inédita no Rio. A programação completa pode ser acessada no site do evento (sescentredanca.com.br).

Importância

André Gracindo, analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ e um dos curadores do festival, disse que a interrupção forçada há dois anos levou a entidade a refletir sobre a missão institucional e suas ações. “A cada dia de novos desafios e impactos sofridos, permaneceu a certeza de que o corpo negro continuou sendo o mais atingido, o que teve menos alternativas e possibilidades diante da doença, das imposições do mundo do trabalho e das consequências da pandemia, ainda em curso”, afirmou Gracindo. Segundo ele, a continuidade da ação pretende reafirmar a importância das suas contribuições para o cenário cultural do país.

A quinta edição do Sesc EntreDança traz novidades, entre elas uma mostra audiovisual. Foi formado também um núcleo de crítica, que produzirá textos sobre os espetáculos da programação para serem publicados no site do projeto. Pela primeira vez, o EntreDança será realizado conjuntamente com o Polo Sociocultural do Sesc Paraty e o Centro Cultural do Polo Educacional Sesc, situado em Jacarepaguá, na zona oeste da capital, administrados pelo Departamento Nacional da instituição.

A abertura oficial do evento está prevista para as 19h, no Sesc Copacabana, com entrada franca. Será um encontro de todos os artistas da programação, com interlocução de Luciane Ramos-Silva. A noite contará com o artista Carlos Negreiros, da Orquestra Afro-Brasileira, que apresentará canções autorais da histórica companhia de dança Olorum Baba Min, da qual foi diretor musical.

Destaques

Entre os destaques da programação está o Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, irmandade formada por cerca de 150 pessoas, que mantém ativa a tradição do Reinado há mais de 130 anos. Trata-se de expressão cultural de matriz banto no país, que hoje é encontrada, em sua maior parte, no estado de Minas Gerais. O Reinado apresentará Cortejo e Louvação, nos dias 13 e 14 de maio, na Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) e na Praia de Copacabana, respectivamente. Nas duas apresentações, o público poderá conhecer a força e a importância histórica, social e cultural das confrarias negras católicas no Brasil, informou a assessoria de imprensa do Sesc.

Entre as ações de formação e reflexão do projeto, a professora e pesquisadora Leda Maria Martins, que integra o Reinado de Jatobá e Rainha de Nossa Senhora das Mercês, dará a aula magna Corpos bailarinos, saberes em trânsito, no dia 16 de maio. Ela abordará as relações entre corpo, saber, memória e território. A atividade é gratuita. As atividades pagas têm preços populares entre R$ 5 e R$ 30, sendo o ingresso gratuito para estudantes de artes cênicas com documentação válida.

O Sesc EntreDança mescla ainda noites do passinho, com a participação feminina no movimento funk, e o krump, de Bruno Duarte que, em Formigueiro, mistura técnicas dessa expressão das danças urbanas com outros elementos coreográficos.

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