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Festival de Brasília consagra cinema “personalista”

Noite de premiação do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro coroou Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán, como melhor filme do júri oficial


	Trecho de filme exibido no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: comissões se pautaram por filmes onde os responsáveis passaram algo particular, disse coordenador do festival
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Trecho de filme exibido no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: comissões se pautaram por filmes onde os responsáveis passaram algo particular, disse coordenador do festival (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 09h23.

Brasília - A noite de premiação do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro coroou Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán, como melhor filme do júri oficial. Foi o último filme exibido na mostra competitiva e contou a história de uma mulher que busca o homem que um dia amou, tendo como pistas apenas uma pilha de fotografias e um diário. Com linguagem nada comercial, o filme pouco se vale de diálogos durante as duas horas de exibição e isso dividiu a plateia.

“As comissões de seleção se pautaram por cineastas importantes e também novos cineastas, mas com filmes bastante personalistas. Filmes em que os responsáveis quiseram passar uma coisa muito particular deles, e isso, logicamente, provoca uma divisão no público”, explicou Sérgio Fidalgo, coordenador do festival.

“Não é um filme tradicional do ponto de vista narrativo. Ele tem pouquíssimos diálogos, mas as atuações são maravilhosas, o design sonoro é muito importante e acho que ele tem uma fluidez, passa rápido. Mesmo sendo um filme aparentemente longo, tem a capacidade de contagiar o público de maneira muito forte”, disse Paula Gaitán, emocionada, lembrando o carinho que recebeu da plateia após a projeção.

Outros longas-metragens também se destacaram na premiação. Os Pobres Diabos, de Rosemberg Cariry, arrebatou o Prêmio TV Brasil e o prêmio do júri popular. Os prêmios de melhor ator comprovaram a qualidade dos novos talentos do país. O adolescente Pedro Maia ganhou o de melhor ator por Depois da Chuva e o jovem Miguel Arraes, de 14 anos, faturou o troféu de melhor ator entre os curtas. O prêmio de melhor ator coadjuvante, no entanto, foi póstumo, para o veterano Carlos Reichenbach, de Avanti Popolo, que superou também fortes concorrentes.


O divertido Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro, levou os dois prêmios de melhor atriz de longa-metragem. Maeve Jinkings levantou o troféu de atriz principal e Nash Laila levou o de coadjuvante. “É uma honra tamanha receber esse prêmio, não consigo imaginar honra maior. O Festival de Brasília é o melhor do país. Privilegia um cinema que busca linguagens novas, um cinema de tomada de risco, que não visa ao mercado e sim se expressar”, disse a brasiliense Maeve à Agência Brasil.

Tiago Campos saiu do Cine Brasília com o troféu de melhor longa-metragem documentário, por O Mestre e o Divino. O filme foi exibido no segundo dia da mostra competitiva e agradou ao público. Entre os curtas, o grande vencedor da categoria ficção foi Lição de Esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro. Entre os documentários, Contos da Maré, de Douglas Soares, superou os concorrentes com lendas contadas por antigos moradores de uma comunidade do Rio de Janeiro, em uma narrativa simples e cativante.

Em seis dias, o público que foi ao Cine Brasília viajou por diversos mundos, conheceu culturas diferentes e redescobriu o Brasil. O que se viu na capital federal, com sessões praticamente lotadas todos os dias, foi a consagração da diversidade. Como o coordenador do festival, Sérgio Fidalgo, havia antecipado, os filmes selecionados provocariam algum sentimento em quem assistisse à mostra.

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