Casual

Felipe Wu conquista a primeira medalha do Brasil na Rio-2016

Prata foi conquistada na prova de pistola de ar 10m

Felipe Wu: dono da primeira medalha brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (Edgard Garrido/ Reuters)

Felipe Wu: dono da primeira medalha brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (Edgard Garrido/ Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2016 às 16h42.

Rio - Na abertura dos Jogos do Rio, o Brasil reencontrou o início de sua coleção de medalhas olímpicas. Felipe Wu, de 24 anos, conquistou neste sábado a medalha de prata na prova pistola de ar 10 metros, garantido ao País a sua primeira medalha em casa.

Durante a competição, em Deodoro, ele contou com uma barulhenta torcida brasileira, que cantou "Wu, Wu, Wu, Wu, Wu". Felipe chegou a assumir a liderança da prova no penúltimo tiro, mas o vietnamita Xuan Vinh Hoang foi quase perfeito na hora da decisão, atirou no centro do alvo, e ganhou a prova: 202,5 contra 202,1.

O Brasil não conquistava uma medalha no tiro esportivo desde os Jogos de Antuérpia, em 1920, quando Guilherme Paraense deu ao País sua primeira conquista olímpica, considerando todas as modalidades. Ainda na Bélgica, o Brasil foi ao pódio outras duas vezes - com Afrânio da Costa e a equipe de pistola livre.

Wu começou a final muito bem, liderando já na primeira série, de três tiros. Ele se manteve à frente após cada atirador ter sete tentativas, mas, enquanto a torcida brasileira protestava com um russo que insistia com sua buzina, Wu pela primeira vez saiu da casa de 10 pontos e caiu para o terceiro lugar.

Saiu da ponta, mas se recuperou enquanto o vietnamita disparava na frente. Favorito ao ouro, o sul-coreano Jongoh Jin, campeão olímpico em Londres, foi eliminado em quinto. Nesse tipo de decisão, a partir da oitava série de tiros, a cada duas rodadas o atleta que está em último deixa a prova.

Quando restavam só quatro na disputa, Felipe Wu conseguiu um 10,7, viu Juraj Tuzinsky, da Eslováquia, ser eliminado. Com a medalha no peito, faltava definir a cor. O brasileiro tinha 2,4 pontos de folga sobre Wei Pang, da China, e só perderia a prata por um desastre. A briga seria pelo ouro, uma vez que estava a 1,5 do taiwanês.

Com o aumento da tensão, Wu não atirou bem, mas o rival chinês também não. Com a prata garantida, Felipe não sentiu. Fez 10,2 no penúltimo tiro e assumiu a liderança da prova. Quem atirasse melhor ganharia. Wu atirou e fez 10,2. O taiwanês não ligou para o barulho da torcida, respirou fundo, e mandou no centro do alvo.

Mais cedo, na fase eliminatória, Felipe precisou controlar os nervos depois de um início ruim e uma recuperação bastante festejada. Na reta final da prova, de 60 tiros, o brasileiro precisou aumentar o intervalo entre um tiro e outro, aparentemente para controlar melhor os batimentos cardíacos e a respiração, determinantes em uma prova de precisão no tiro.

Ele encerrou a fase de classificação com 580 pontos (de 600 possíveis), apenas um a mais do que o sérvio Dimitrjie Grgic, eliminado com 579, em nono. Não fossem os acertos nos dois últimos tiros, nem à final Felipe teria passado. Além dele, o Brasil também foi representado na prova por Julio Almeida, que terminou em uma honrosa 13.ª colocação.

Quem é

Felipe Wu ganhou o status de promessa do tiro esportivo brasileiro quando ganhou a prata na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura, em 2010. À época, a modalidade vivia praticamente na obscuridade e o garoto não recebeu o apoio necessário.

Ele só passou a atrair investimentos no ano passado, depois de ganhar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, garantir vaga no Rio-2016, e contar que treinava no quintal de casa por falta de um local mais apropriado. Antes da Olimpíada, passou a receber a Bolsa Pódio, do Ministério do Esporte, e a se dedicar exclusivamente ao tiro.

Os resultados apareceram. Este ano, venceu a etapa de Bangcoc (Tailândia) da Copa do Mundo e assumiu a liderança do ranking mundial. Chegou a perder o posto depois de um desempenho ruim no evento-teste, também em Deodoro, quando ficou em uma modesta 16ª colocação. Em Baku (Azerbaijão), em junho, se recuperou com mais um ouro e reafirmou o posto de favorito no Rio-2016.

Neste sábado, ele não se deixou abalar pelo frustrante desempenho da namorada, Rosane Budag, com quem divide quarto na Vila dos Atletas. Ela acordou antes que ele para ir a Deodoro competir na carabina de ar 10m, sentiu a pressão de competir em casa e terminou apenas no 50.º e penúltimo lugar. Na saída da competição, admitiu que havia feito a pior prova da carreira internacional.

Felipe e Julio ainda competem mais uma vez na Olimpíada, na pistola 50 metros. Nessa disputa, Wu está longe de ser favorito, uma vez que tem um 26.º lugar como melhor resultado em Copas do Mundo na carreira. Julio Almeida, por outro lado, ganhou essa disputa no Pan de Toronto, no ano passado.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEsportesMetrópoles globaisOlimpíada 2016OlimpíadasRio de Janeiro

Mais de Casual

Vinícola chilena que iniciou projeto visionário 100% orgânico em 1998 é hoje a maior do mundo

Megane E-Tech: elétrico da Renault é eleito o carro mais bonito entre R$ 150 mil e R$ 300 mil

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

5 perguntas essenciais para evitar problemas ao reservar acomodações online