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Feira do Livro de Frankfurt abre espaço para discussões políticas

Aberta a todos no fim de semana, o evento foi marcado por diversos debates sobre liberdade de expressão num mundo cada vez mais polarizado e surdo

Prêmio: os líderes da França e Alemanha deram o Prêmio da Paz para a escritora canadense Margaret Atwood, autora do distópico, e premonitório, O Conto da Aia (Ralph Orlowski/Reuters)

Prêmio: os líderes da França e Alemanha deram o Prêmio da Paz para a escritora canadense Margaret Atwood, autora do distópico, e premonitório, O Conto da Aia (Ralph Orlowski/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 11h01.

Com forte foco profissional - são cerca de 278 visitantes do mercado editorial -, a Feira do Livro de Frankfurt começou este ano a olhar mais para o público geral. Aberta a todos no fim de semana, ela levou para o evento nomes como Dan Brown, Nicholas Sparks, Paula Hawkins e Cassandra Clare.

A outra marca foi sua politização. Foram muitos os debates sobre liberdade de expressão num mundo cada vez mais polarizado e surdo. Da abertura, com Juergen Boos, presidente da feira, Angela Merkel, chanceler alemã, e Emmanuel Macron, presidente francês, à entrega do Prêmio da Paz concedido pela Associação dos Livreiros Alemães para a escritora canadense Margaret Atwood, autora do distópico, e premonitório, O Conto da Aia.

E o discurso foi colocado em prática. Boos disse que nenhuma editora que quisesse participar ficaria de fora - independentemente de sua ideologia - porque isso seria censura e daria mais visibilidade aos expositores não comprometidos com a democracia. Foi assim. E deu confusão.

Dirigente regional de um partido de ultradireita, Björn Hocke foi ao lançamento de Viver com a Esquerda. De um lado, manifestantes gritavam "Fora, nazistas". De outro, "Todos odeiam os antifascistas". A polícia interveio.

Mas foi, sobretudo, uma feira de negócios e o momento em que a indústria do livro discutiu seu presente e futuro. E o futuro, eles acreditam agora, terá um novo protagonista: o audiolivro. Um detalhe interessante: pelas pesquisas apresentadas, quem compra um audiolivro hoje não tem o mesmo perfil de quem compra um livro ou e-book. Um novo público interessado em história começa a surgir.

Direitos foram comprados e vendidos - as editoras brasileiras esperam fechar vendas da ordem de US$ 650 mil - e, na maioria dos casos, a negociação segue depois. Nenhum livro, no entanto, causou burburinho.

Um mercado que acompanha os debates que inquietam a sociedade está preocupado, também, com a nova geração. A editora Isabel Lopes Coelho, da FTD, percebeu um maior número de livros que falam sobre novas formatações de famílias, e disse que livros sobre refugiados, agora sobre a adaptação no novo país, também são uma tendência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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