Travis Kelce: o impacto dos itens esportivos foi impulsionado por celebridades como o jogador americano (Reprodução/Instagram)
Redatora
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 06h05.
No passado, combinar roupas casuais com acessórios ou peças esportivas era visto com maus olhos. No entanto, a crescente do mercado de bem-estar — que deve movimentar US$ 9 trilhões até 2029, segundo o Global Wellness Institute — remodelou a forma como as pessoas se vestem e passou a ditar tendências de moda em todo o mundo.
Além do athleisure wear, tendência que incorpora artigos esportivos como leggings, tênis de corrida e outros itens voltados às práticas físicas no dia a dia, a popularização de acessórios como os bonés de beisebol conquistou os entusiastas de moda, especialmente nos Estados Unidos.
Um dos símbolos mais icônicos dos uniformes esportivos é o boné azul do New York Yankees, que leva a sigla “NY” bordada em branco e é usado pelos jogadores desde 1922. Na América do Norte, o item faz tanto sucesso que passou a ser usado até mesmo por quem não tem qualquer vínculo com o clube, mas aprecia o design marcante da identidade do time.
O movimento também se replica globalmente. No Brasil, o boné pode ser encontrado em réplicas acessíveis e é muito usado por fãs de hip-hop, seguindo uma tendência popularizada por Jay-Z, que declarou ter deixado “o boné dos Yankees mais famoso do que qualquer jogador do time” no hit Empire State of Mind.
A expansão do acessório para públicos além dos torcedores fez com que artistas e empreendedores locais aproveitassem o sucesso para colocar suas próprias marcas nos bonés. Em lojas on-line, designers independentes adicionam desenhos, frases e bordados personalizados, dando ainda mais estilo ao produto.
Esse movimento artesanal aproximou o time de beisebol de um novo público consumidor. O mercado de moda cresce 11,4% ao ano e deve arrecadar US$ 1 trilhão até o fim deste ano. O impacto dos itens esportivos foi impulsionado por celebridades como Kendall Jenner, o próprio Jay-Z e Taylor Swift, que personalizou peças do Kansas City Chiefs, time de futebol americano em que o namorado, Travis Kelce, atua.
A valorização financeira acontece quando os artistas aprimoram as peças originais, mas, na maioria dos casos, o lucro não vai para clubes como os Yankees, já que ocorre de forma “extraoficial”. O clube — que vende seu modelo básico de boné por U$ 30 — poderia abrir processos para lucrar sobre essas versões, mas o trâmite judicial costuma não valer a pena, considerando os valores baixos em relação aos produtos oficiais.
A tendência, no entanto, chamou a atenção do time, que hoje conta com parcerias com marcas como Billionaire Boys Club, Madhappy e até a Gucci (com bonés avaliados em US$ 350) para personalizar seus itens de maneira rentável para ambos os lados.
O esporte mais popular do país também influencia o estilo dos brasileiros. As camisetas de time de futebol, antes vistas como intocáveis, vêm ganhando toques especiais nas mãos de quem enxerga a paixão esportiva como expressão de moda.
Nas redes sociais, especialmente no TikTok e no Instagram, vídeos de “arrume-se comigo” viralizam com looks montados a partir de peças personalizadas — que vão de croppeds, colagens e recortes feitos à mão até bolsas e corsets confeccionados com o tecido das camisetas.
Assim como os bonés de beisebol, o futebol inspira uma nova geração de consumidores que transformam o uniforme esportivo em símbolo de estilo e identidade.