Operários trabalham no palco onde acontecerá o sorteio da Copa do Mundo: Felipão foi claro: vencer a Copa do Mundo em casa é uma obrigação (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 10h04.
Rio de Janeiro - Para o Brasil, existe apenas uma possibilidade: conquistar em casa o sexto título mundial. A seis meses da competição, o técnico Luiz Felipe Scolari, responsável pelo pentacampeonato de 2002, começa a ter uma ideia clara da equipe encarregada de alcançar este objetivo.
O quebra-cabeças está quase pronto, após as vitórias nos últimos dois amistosos, por 5-0 frente a Honduras e 2-1 diante do perigoso Chile.
"No momento, esta é minha equipe, mas sigo observando jogadores, não tenho uma definição dos 23 que estarão na Copa ainda", disse Felipão após a partida contra a "Roja" chilena, em Toronto.
A convocação da seleção para a Copa está prevista para 7 de maio. Antes, haverá um último teste, contra a África do Sul em 5 de março.
O país do futebol é o maior vencedor de Mundiais da Fifa. Conquistou as edições de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, a última sob comando de Scolari, que reassumiu a seleção em dezembro passado após dois anos de resultados medíocres com Mano Menezes na direção.
Ao retomar as rédeas da equipe, Felipão foi claro: vencer a Copa do Mundo em casa é uma obrigação.
A conquista da Copa das Confederações, com uma contundente goleada de 3-0 sobre a atual campeã mundial e europeia Espanha, devolveu a confiança perdida para muitos brasileiros, que não apostavam um centavo na própria seleção.
"Torço para que o Brasil seja campeão e acredito que temos plenas condições para isso. Com Felipão, a equipe melhorou", afirmou recentemente Pelé, o rei do futebol.
Famoso pelo pragmatismo em campo, priorizando o resultado, às vezes em detrimento do 'jogo bonito', Felipão é um especialista em armar seleções vencedoras, como em 2001, quando assumiu um Brasil quase eliminado nas eliminatórias e o levou ao título na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão no ano seguinte.
Desde que voltou ao comando da seleção, foram 19 partidas, 15 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, com 49 gols a favor e 15 contra.
Agora, o Brasil voltou a ser um dos grandes favoritos, junto com outras potências como Alemanha, Argentina e a atual campeã Espanha.
Em 6 de dezembro, Felipão conhecerá os rivais da fase de grupos da competição, no sorteio realizado na Costa do Sauípe, na Bahia.
"Estamos preparados para enfrentar, desde o início, o que tivermos que enfrentar para chegar à final", garantiu o treinador.
Existe, porém, uma superstição em relação à Copa das Confederações, que nunca viu um de seus campeões vencer em seguida um Mundial. Scolari, porém, não acredita em fantasmas e, ao ver pela primeira vez a nova camisa da seleção, que será usada durante o Mundial, afirmou: "só falta uma coisa, a sexta estrela".
O Brasil, que não disputou as eliminatórias para a Copa por ser o país-sede do evento, vem seguindo uma agenda de partidas amistosas que serviram para Felipão avaliar os jogadores que integrarão o elenco que disputará a Copa.
A volta do atacante Fred, renegado por Mano Menezes e encarregado de finalizar as jogadas ofensivas criadas por Neymar, produziu ótimos resultados. A inteligência de Oscar e a força de Hulk também foram essenciais para o renascimento da seleção.
O último nome a se juntar ao grupo foi o do atacante Robinho, que recebeu uma nova oportunidade após a recusa de Diego Costa, brasileiro naturalizado espanhol que optou por defender as cores da 'Roja'.
"Ele está dando as costas ao sonho de milhões de brasileiros,o de representar a nossa seleção pentacampeã do mundo no Brasil", desabafou Felipão, que se irrita a cada vez que o tema é citado nas coletivas de imprensa.
O meia William, do Chelsea inglês, também recebeu uma chance após o anúncio da escolha do atacante do Atlético de Madrid.
Kaká, companheiro de equipe de Robinho no Milan, fez as pazes com o bom futebol desde que deixou o Real Madrid para voltar ao time 'rossonero', e também está batendo na porta da seleção.
O meia de 31 anos marcou três gols nas últimas três partidas que disputou com a equipe italiana.
Outro fator determinante para o futuro da seleção é a ida de Neymar ao Barcelona, do astro argentino Lionel Messi. Lá, o jovem craque brasileiro tem tudo para dar asas ao grande talento, que já não cabia na Vila Belmiro do Santos.
A cada partida pela seleção, Neymar se reafirma como líder da equipe, encontrando espaços, com elegância e habilidade, entre a forte marcação dos rivais.
A derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950 segue marcada na memória brasileira em maiúsculas e letras "celestes": MARACANAZO.
Resta a Felipão e seus comandados conquistar o hexacampeonato e acabar de vez com esta lembrança dolorosa para tantos brasileiros.