Emiliano Sala: "Faz 20 dias que a cidade está diferente, está parado" (Stephane Mahe/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de fevereiro de 2019 às 16h00.
Buenos Aires - Familiares e amigos de Emiliano Sala se reuniram neste sábado na cidade argentina de Progreso, onde o jogador foi criado e deu os primeiros passos no futebol, para homenageá-lo, 26 dias depois do acidente de avião que o vitimou.
"É duro demais o que estamos vivendo. Uma cidade inteira que está mal. O Emi a partir de hoje vai estar todos os dias conosco. Longe de ser uma despedida, é, na verdade, as boas-vindas", afirmou o prefeito de Progreso, Julio Muller.
O pequeno povoado de 3 mil habitantes da província de Santa Fé, no qual Sala viveu a partir dos quatro anos está parado há 20 dias. Neste sábado, a população se reuniu nas instalações do clube de futebol San Martín, onde o ídolo local começou a jogar como atacante, para velá-lo antes da cremação.
"Faz 20 dias que a cidade está diferente, está parado. Situações muito diferentes das quais vivemos desde que, em determinado momento, começamos a pedir para que o corpo aparecesse porque precisávamos. Assim que vimos a notícia, não queríamos que fosse o Emi, mas nós queríamos uma coisa, e o destino, outra", declarou Muller.
O corpo de Sala chegou nesta sexta-feira à Argentina, com parte de sua família, que estava na França durante a busca dos destroços do avião que desapareceu no canal da Mancha no último dia 21.
"Ele é daqui (Progreso), é uma parte nossa e da nossa história. Nasceu, cresceu e andou de bicicleta por estas ruas", relatou Mirta Taffarel, tia do atacante.
Mirta quer que a queda do avião no qual Sala viajava de Nantes, na França, para Cardiff, no País de Gales, seja esclarecida. O piloto David Ibbotson, que era a única outra pessoa na aeronave, continua desaparecido. "Gostaria de encontrar um responsável, alguém que me diga como isso aconteceu, mas só a fatalidade parece que nos levou a isso", afirmou.
Os que o conheciam de perto lembrarão Emiliano "com muito carinho e muita dor", segundo a tia, que recordou também que o sobrinho sonhava representar a Argentina.
Também estão em Progreso autoridades e jogadores do Cardiff, clube que tinha pagado 17 milhões de euros para contar com o atacante, e Nantes, pelo qual viveu a melhor fase da carreira, além de outras personalidades do futebol. É o caso de Nicolás Higuaín, irmão de Gonzalo Higuaín e ex-representante de Sala.
"Emiliano era uma pessoa muito boa, tranquila, te dava tudo, era um menino extraordinário. A verdade é que a gente vê o desenrolar de toda a história e se pergunta 'por quê?'. Ele fez todo o possível para ajudar a família e fazer uma carreira digna como jogador", enalteceu Nicolás Higuaín.