Freddy Rincón (MARIE HIPPENMEYER/AFP/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 22 de abril de 2022 às 13h14.
Um vídeo divulgado durante esta semana pelo jornal colombiano "El Tiempo" mostrou que Freddy Rincón não estava no banco do passageiro momentos antes do acidente com o ônibus, mas sim conduzindo o veículo.
O ex-jogador de 55 anos não resistiu aos ferimentos e morreu três dias depois.
O "El Tiempo" já havia revelado no último fim de semana um relatório em mãos do Ministério Público da Colômbia indicando que Rincón era o motorista.
E, nesta quarta-feira, o procurador-geral Francisco Barbosa confirmou a informação: "O veículo em que Freddy Rincón foi transportado era dirigido por ele", disse Barbosa, em um vídeo postado na conta do Twitter da instituição: "Esta conclusão foi alcançada com a ajuda de peritos forenses, estudos técnicos e corroborada por testemunhas que estavam dentro do veículo e pelas câmeras da região"
No entanto, a família de Rincón veio a público nesta sexta-feira para contestar os investigadores que acusam o ídolo da seleção colombiana de estar dirigindo o carro. Eles alegam que o vídeo gravado não se trata do mesmo dia em que o acidente ocorreu.
Teresa Rincón, irmã do ídolo, explicou que a camiseta utilizada por ele não é a mesma que ele estava usando quando houve a colisão.
"Essas imagens são inconsistentes. No vídeo eles mostram que Freddy (Rincón) estava vestindo uma camisa branca. No dia do acidente ele estava vestindo uma camisa azul", disse Teresa, em entrevista ao portal '90 minutos'.
Nas imagens, ele é visto deixando o local com um grupo. Vestindo jeans e camisa branca, abraça uma jovem de 20 anos, María Manuela Patiño, que teria conhecido no restaurante, a poucos quarteirões do local do acidente.
Ela também entra no veículo, assim como Lorena Cortés, de 40 anos, e outro homem, ainda não identificado. Aparentemente, de acordo com a publicação, foi ele quem atacou uma pessoa que conseguiu registrar a cena da batida.
O irmão de Freddy Rincón, Manuel Rincón, também afirma que o ex-jogador não estava conduzindo o veículo. Além disso, o mesmo aponta que os fiscais do governo colombiano foram 'comprados' para chegar a tal conclusão.
Há câmeras de segurança e há indícios do local onde o carro foi atingido. Se fosse Freddy dirigindo e outra pessoa fosse o copiloto, o morto não seria Freddy. Por isso estavam demorando tanto (a Fiscalía), porque estavam introduzindo corrupção. Aquele promotor não pode afirmar uma coisa dessas; coletar provas é fácil, mas o problema é que quem estava dirigindo ameaça e compra testemunhas e eles simplesmente replicam isso.
Todas as provas utilizadas pelos promotores não foram divulgadas ainda. O vídeo compartilhado inicialmente pelo jornal 'El Tiempo, da Colômbia, é a única evidência pública até o momento.
Ainda na entrevista, Teresa Rincón trouxe mais detalhes do caso e pediu para que as duas mulheres que estavam no acidente digam a verdade. A mesma afirma que encontrou elas no hospital, no momento seguinte ao falecimento do irmão.
"Quando cheguei na clínica, uma das meninas que estava no acidente já havia saído e a outra estava prestes a sair. As duas estavam bem. Não sei de onde elas tiraram essa lesão no quadril", questionou.
Uma outra câmera de segurança registrou o momento em que o automóvel ultrapassa o sinal vermelho antes de colidir com o ônibus, por volta das 4 horas da manhã. Este vídeo mostra duas pessoas saindo do carro e se aproximando de um táxi logo após o acidente.
Rincón foi velado no estádio Pascual Guerrero, em Cali, na Colômbia, em despedida aberta ao público. Ele foi enterrado no último sábado.