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Exposição mostra que música argentina vai além do tango

Desde os povos pré-colombianos até o rock dos anos 80, a exposição "Música na Argentina: 200 anos" percorre dois séculos da história do país

Tango: um estilo que não podia faltar na mostra (Getty Images)

Tango: um estilo que não podia faltar na mostra (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 20h13.

Buenos Aires - Uma exposição em Buenos Aires conta a história da música na Argentina durante os 200 anos de independência do país, e mostra, além do tango e sua fama internacional, a multiplicidade de estilos no país.

Desde os povos pré-colombianos até o rock dos anos 80, a exposição "Música na Argentina: 200 anos" percorre dois séculos da história de um país.

"O maior destaque é a multiplicidade de estilos desenvolvidas no território argentino. Embora algumas tenham uma clara relação de identidade, muitas outras também fizeram parte da vida artística", disse à Agência Efe José Luis Castiñeira, Diretor Nacional de Artes, e impulsor da mostra exibida na Casa do Bicentenário.

A mostra ilustra a história de estilos folclóricos que se popularizam com a emigração às grandes cidades, como Buenos Aires. Na primeira metade do século 20, esse movimento ocorreu à medida que as melodias e as danças próprias das povoações do interior do país chegaram à capital e foram reconhecidas graças ao apoio da rádio e do cinema, e inclusive deram o salto internacional.

"Estas músicas chegam ao âmbito internacional, com artistas como Mercedes Sosa, Ariel Ramírez, Eduardo Falú ou Atahualpa Yupanqui", informou Castiñeira. O diretor qualificou as décadas de 60 e 70 como o "boom do folclore", música que continua sendo a mais vendida em todo o país.

Mas não é só folclore que pode ser visto e escutado nos corredores da Casa do Bicentenário. A ópera, estilo que chegou à Argentina com a imigração italiana no final do século 19, ou música clássica, jazz e rock, estilos que se popularizam com a Guerra das Malvinas (1982), também estão presentes.


"Os militares (durante a ditadura de 1976 a 1983), perseguiram os roqueiros porque os consideravam drogados e com maus hábitos de vida. No entanto, com a guerra, eles foram privilegiados ante os folclóricos, avaliados como subversivos, e sobre o tango, que era visto como sem compromisso histórico e político", disse o analista.

Nos painéis da exposição, roqueiros como Charly García e Fito Páez, reconhecidos internacionalmente, são retratados, assim como o tango, um estilo que não podia faltar na mostra.

"O tango é o primeiro estilo argentino que fez carreira internacional, no começo do século XX", disse Castiñeira. O diretor afirmou que a música segue "viva", apesar de não ter letras com a mesma quantidade e qualidade da época de ouro, anos 30 e 50, e se vinculando com outros estilos, como o candombe, o jazz, o pop e o rock.

Junto aos grandes músicos argentinos, o espectador poderá visitar instalações sonoras e visuais, como uma 'Nuvem de música' com fones de ouvidos e uma instalação que oferece diferentes tipos de música de acordo com a localização do visitante. Na mostra, também não podiam faltar instrumentos, alguns de grande valor simbólico, como o violão de Carlos Gardel (1890-1935), figura mais representativa do tango argentino e mundial, exposta junto à de seu companheiro José Razzano (1887-1960), com quem formou uma dupla nos anos vinte.

"Ninguém pode deixar de se comover diante dos violões de Gardel e Razzano, que parecem unidos como na época em que seus proprietários formavam uma dupla", concluiu Castiñeira.

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