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Experiências etílicas: bares capricham para além dos drinks

Além de caprichar nos drinques e na comida, uma nova leva de bares se preocupa em criar ambientes que fujam do óbvio

Queijo da Serra da Canastra empanado, servido com geleia e pastrami de javali: no cardápio do Baixo MiCi (Diego Sanchez/Divulgação)

Queijo da Serra da Canastra empanado, servido com geleia e pastrami de javali: no cardápio do Baixo MiCi (Diego Sanchez/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 10 de julho de 2019 às 16h17.

Como em muito divórcio, o do MiCi com a Vinoteca Paulistana só fez bem ao restaurante. Funcionando desde 2017 dentro da loja de vinhos no bairro de Perdizes, em São Paulo, ele se desvencilhou em julho do ano passado e ganhou endereço próprio na mesma rua. Agora é Rua Ministro Ferreira Alves, 244.

Mais acolhedor, o novo imóvel tem parede de tijolinhos, piso de cimento queimado, parede grafitada e um janelão de vidro. É um pano de fundo bem mais aprazível para saborear receitas como minitaco de costela bovina desfiada com creme azedo e picles de salsão e polvo com purê de mandioquinha, aïoli e crocante de paio. O nome do restaurante é uma brincadeira com os nomes das sócias-fundadoras, a Michele Reis, que responde pelo atendimento, e a chef Cintia Piubelli.

O sucesso da empreitada levou a dupla a dar mais um passo, a inauguração do Baixo MiCi, inspirado nos bares speakeasy da época da Lei Seca americana. Em funcionamento desde junho, a novidade ocupa o porão do endereço e dispõe de uma discreta entrada exclusiva. Tem iluminação fraquinha, poltronas e paredes coloridas e acomoda somente quinze pessoas. “Montar um bar qualquer não estava nos planos”, conta Michele. “Além de focar na qualidade dos drinques e das comidas, fizemos questão de montar um ambiente fora do óbvio”.

O balcão é sustentado por uma pilha de blocos de concreto, nos quais as garrafas de vinhos são armazenadas. Nele são preparados coquetéis autorais como o Ubiratan, feito com cachaça de jambu, maracujá, laranja e mel, o Beta, à base de tequila, abacaxi, cointreau e beterraba, além de drinques clássicos. O cardápio de comidinhas, restrito ao Baixo MiCi, lista atrativos como queijo da Serra da Canastra empanado, servido com geleia e pastrami de javali, e mini sanduíche de king crab com pimenta verde e brotos de girassol no pão brioche tostado.

Baixo MiCi: bar em São Paulo

Baixo MiCi: bar em São Paulo (Diego Sanchez/Divulgação)

O Baixo MiCi é um dos mais novos empreendimentos a apostar na tendência que prega que os bares, além servir drinques e pratos caprichados e garantir um atendimento sem deslizes, devem se apresentar como experiências surpreendentes. Inaugurado no começo do ano, o Bar do Cofre é um dos representantes mais chamativos dessa onda.

Fica no subsolo do Farol Santander, no centro paulistano, bem onde funcionava o cofre do antigo Banespa. Aquelas pesadas portas redondas de metal que só vimos em filmes de roubo a banco e centenas de gavetas para armazenar dinheiro e itens valiosos são alguns dos itens que compõem a decoração. A restauração do espaço foi custeada pelo Santander e a operação, por no mínimo cinco anos, está nas mãos da Companhia Tradicional do Comércio, a CiaTC. É a dona de redes como Pirajá e Lanchonete da Cidade e do SubAstor, do qual o Bar do Cofre virou uma filial.

Bar do Cofre, em São Paulo

Bar do Cofre, em São Paulo (Carol-Gherardi/Divulgação)

Não conte com sinal de celular lá embaixo e se prepare para amargar um bom tempo na espera - mesmo localizado num ponto não muito convidativo quando a noite cai, o speakeasy vive apinhado de gente desde a inauguração. Convertido em embaixada da Johnnie Walker, o endereço prepara ótimos drinques à base de uísques dessa e outras marcas da Diageo, além de hits de vários bares da CiaTC. O Gold Fashioned junta Johnnie Walker Gold Label Reserve, mel de jerez e bitter de laranja. O The Hidden é composto de Black Label, chá rooibos, vermute tinto e Campari.

A 750 metros de distância, o Bar dos Arcos é outro empreendimento que surpreende a clientela sobretudo pela ambientação. Inaugurado no fim de 2018 no subsolo do Teatro Municipal, tem como cenário as fundações do monumental cartão-postal paulistano. Os balcões coletivos que emitem luz foram inspirados num bar que aparece em “O Iluminado” e não é difícil se imaginar no clássico filme do Stanley Kubrick.

Bar dos Arcos, em São Paulo

Bar dos Arcos, em São Paulo (Divulgação/Divulgação)

Concorrido desde o início, o Bar dos Arcos foi concebido pelo empresário Facundo Guerra. Da Argentina como ele, a bartender Chula Barmaid é a responsável pela carta de drinques. União de tequila, licor de laranja, gengibre, limão-taiti, soda de hibisco e raspa de laranja, o Tosca é um dos coquetéis mais requisitados, assim como o Penicillin, feito com uísque, bourbon, limão-taiti e mel. Bem-executados, os drinques têm a árdua tarefa de concorrer com a ambientação fora de série.

Baixo MiCi: R. Min. Ferreira Alves, 244, Subsolo, Perdizes, São Paulo, (11) 3871-5294.

SubAstor - Bar do Cofre: R. João Brícola, 24, Centro Histórico de São Paulo, São Paulo, (11) 3101-1217.

Bar dos Arcos: Praça Ramos De Azevedo, s/n, República, São Paulo, (11) 2039-1250.

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