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Exercícios físicos no combate contra a depressão

Problema, que atinge 17% da população mundial, pode ter a solução na prática de atividade física, principalmente para os idosos

Enquanto a depressão promove redução da prática de atividades físicas, exercícios podem ser coadjuvantes na prevenção e no tratamento da depressão (FERNANDO MORAES / Veja São Paulo)

Enquanto a depressão promove redução da prática de atividades físicas, exercícios podem ser coadjuvantes na prevenção e no tratamento da depressão (FERNANDO MORAES / Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 08h55.

São Paulo - A depressão é um dos grandes problemas da sociedade moderna, e atinge cerca de 17% da população mundial. O problema assume contornos de saúde pública se considerarmos que, apesar de contarmos com diversas opções de medicamentos para o trato farmacológico da depressão, somente 30 a 35% dos pacientes depressivos respondem ao tratamento com psicofármacos. Segundo a médica geriatra Janise Lana Leite, com especialização em fisiologia do exercício e treinamento resistido na saúde, doença e no envelhecimento, a solução pode estar na prática de atividade física, principalmente para os idosos.

"A Ciência ainda não esclareceu completamente os mecanismos que fazem da atividade física uma boa arma contra a depressão. Mas vários estudos comprovaram que a depressão pode prejudicar a capacidade funcional nas atividades de rotina dos idosos (tomar banho, comer, vestir-se) e na mobilidade (caminhar ou subir e descer degraus sem ajuda). A falta de independência no desempenho dessas atividades pode estar associada com dores físicas crônicas, inatividade física e medo de quedas. Rotinas de exercício que incluíram alongamento, equilíbrio, caminhada, musculação, força e coordenação mostraram ser eficientes na redução dos níveis de depressão para idosos com recente histórico de quedas", diz.

Segundo a médica, por conta de resultados como estes, pode-se afirmar que a relação entre a atividade física e a depressão é inversamente proporcional: enquanto a depressão promove redução da prática de atividades físicas, a atividade física pode ser um coadjuvante na prevenção e no tratamento da depressão no idoso.

"Independente da faixa etária, todos podem se beneficiar do exercício físico no combate à depressão. Trata-se mesmo de uma questão de saúde pública, já que a atividade física se apresenta como uma forma de tratamento acessível, barata, não farmacológica e capaz de gerar benefícios que excedem os efeitos antidepressivos, promovendo o bem-estar biopsicossocial", revela.

De acordo com a especialista, sobre a população idosa, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos e preparados para identificar e conduzir de maneira correta o tratamento dos pacientes idosos com depressão. "Esses profissionais têm a função de modificar o modelo atual, cuja tendência consiste em adotar ações que visam primordialmente à medicalização das manifestações de desequilíbrio da saúde mental. Não existe um método melhor do que o outro: para cada caso, condutas terapêuticas distintas podem ser as mais recomendadas."

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