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Ex-gerente diz que cenas de "Argo" foram realistas

Cenas de aeroporto no filme "Argo" foram uma representação realista do papel involuntário da extinta companhia aérea suíça no resgate de diplomatas norte-americanos


	"Argo", que conquistou no domingo o Oscar de melhor filme, conta a missão da CIA para resgatar seis reféns dos EUA no Irã, sob o pretexto da realização de um filme que nunca existiu
 (Divulgação)

"Argo", que conquistou no domingo o Oscar de melhor filme, conta a missão da CIA para resgatar seis reféns dos EUA no Irã, sob o pretexto da realização de um filme que nunca existiu (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 11h11.

Genebra - Um ex-funcionário da Swissair disse que as cenas de aeroporto no filme "Argo" foram uma representação realista do papel involuntário da extinta companhia aérea suíça no resgate de diplomatas norte-americanos após a Revolução Islâmica de 1979 no Irã.

Heinz Koch, que na época geria as operações da companhia em Teerã, disse que só meses depois do incidente a Swissair ficaria sabendo das verdadeiras identidades dos "passageiros canadenses muito importantes" que foram transportados em um dos seus aviões.

"Argo", que conquistou no domingo o Oscar de melhor filme, conta a missão da CIA para resgatar seis reféns dos EUA no Irã, sob o pretexto da realização de um filme que nunca existiu. Os seis reféns fogem usando passaportes canadenses falsificados, e o papel da CIA nisso emergiu só anos depois.

"Fui informado pela embaixada canadense de que nesse dia em particular eles tinham passageiros canadenses muito importantes a bordo, e deveríamos assegurar que eles não seriam desembarcados na última hora. Mas foi só uma questão de reservas, não tivemos impacto direto sobre a imigração", disse Koch a uma rádio suíça.


"Só meses depois recebemos a informação de que provavelmente esses diplomatas dos EUA estavam a bordo nesse voo específico da Swissair. Mas garantimos que essa informação não se espalhasse pelo mundo. Ainda queríamos operar de e para Teerã, e teria sido um grande risco se as autoridades soubessem que estivemos envolvidos nessa operação."

Koch contou que a vida em Teerã após a revolução era tensa. "A situação na cidade era muito crítica. A maioria dos demais estrangeiros havia deixado o país, especialmente famílias com filhos em idade escolar, porque as escolas internacionais foram fechadas depois da revolução." Os viajantes precisavam passar por muitos postos de controle nas estradas. "Mas, como cidadãos suíços, nós passávamos sem problemas. O problema era provar que você não era um cidadão dos EUA, porque eles estavam procurando norte-americanos."

Segundo ele, muitos iranianos e estrangeiros estavam tentando deixar o Irã, e poucas empresas aéreas continuavam operando. Por isso o voo Teerã-Zurique vivia superlotado. "Havia sempre um grande assédio no check-in por passagens de última hora. É claro que havia problemas também para os passageiros iranianos e estrangeiros, porque eles nunca tinham certeza se podiam ou não sair do país. Havia vários agentes de imigração checando seus documentos, é claro que a Guarda Revolucionária também estava presente." Koch disse que achou "realistas" as cenas de "Argo" ambientadas no aeroporto de Teerã.

"Quando você chegava ao aeroporto, havia esses postos de controle antes de entrar no prédio, tinha postos de controle no aeroporto, aí tinha o agente da imigração, tinha os Guardas Revolucionários, e mesmo antes de embarcar no avião os passaportes eram conferidos outra vez. E muitos passageiros eram impedidos de deixar o país."

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