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Eterno símbolo do Brasil no exterior, Carmen Miranda faria 110 anos hoje

A artista sempre se identificou como brasileira e entristecia-se quando alguém lhe lembrava que tinha nascido em outro país

Carmen Miranda (George Konig/Keystone Features/Getty Images)

Carmen Miranda (George Konig/Keystone Features/Getty Images)

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EFE

Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 10h54.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2019 às 10h54.

Rio de Janeiro, 9 fev (EFE).- Recordada como "A Pequena Notável", Carmen Miranda, a mulher que divulgou o samba no mundo e que conquistou a América entre 1930 e 1950, completaria 110 anos neste sábado.

Esta artista multifacetada, que em vida fez as emissoras de rádio retumbarem com sua voz, contagiou o público de alegria e se transformou em um icônico símbolo em Hollywood, deixou o mundo aos 46 anos de idade, em pleno apogeu da sua carreira.

Marcada pelos seus exóticos vestidos e os turbantes com frutas que usava na sua cabeça, a cantora, ainda hoje em dia, é reconhecida como um símbolo internacional do Brasil, embora sua origem seja portuguesa.

Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em 9 de fevereiro na cidade de Marco de Canaveses, em Portugal, mas se radicou no Brasil desde os dez meses de idade.

A artista sempre se identificou como brasileira e entristecia-se quando alguém lhe lembrava que tinha nascido em outro país. Além disso, não gostava ser chamada de artista latino-americana ou sul-americana.

Trabalhando em pleno centro do Rio de Janeiro, no boêmio bairro de Lapa, cresceu entre artistas que davam vida ao samba nas primeiras décadas do século XX.

Essa influência fez com que aos 14 anos começasse a entupir-se de música popular e que, dois anos depois, abandonasse os seus estudos para trabalhar e buscar oportunidades no mundo artístico.

No começo, a artista trabalhou como vendedora, primeiro em uma loja de sapatos e depois em uma de chapéus, quando enfim lhe abriram as portas das rádios onde começou como atriz de radionovelas.

Em 1929, Carmen Miranda conheceu o compositor Josué de Barros, que se transformou no seu produtor musical. A primeira canção que gravou foi "Não Vá Simbora" e quase imediatamente explodiu sua vertiginosa carreira.

Depois da rádio e dos primeiros álbuns gravados, a cantora de "Tico-Tico no Fubá" chegou ao cinema como protagonista de várias produções brasileiras e, em 1939, o filme "Banana da terra", de Ruy Costa, a lançou à fama internacional e, a partir desse momento, começou seu sucesso em Hollywood.

Carmen Miranda morreu na cidade de Los Angeles aos 46 anos, na madrugada de 5 de agosto de 1955, depois de gravar um programa de televisão e sofrer um ataque cardíaco.

Vários dados curiosos fizeram parte da sua vida e aqui estão alguns deles:

- Segundo alguns biógrafos, Carmen Miranda foi demitida dos seus primeiros trabalhos como vendedora por passar o dia cantando, algo que fazia por recomendação de uma das suas irmãs que fez essa sugestão para que atraísse mais clientes.

- Em 1929 gravou o seu primeiro álbum e em 1933 se tornou a primeira cantora brasileira a assinar um contrato com uma rádio.

- Ao longo da sua carreira, Carmen Miranda ganhou vários apelidos: Brazilian Bombshell, Embaixatriz do Samba e o inesquecível Pequena Notável, devido à sua baixa estatura (1,52 metros).

- A artista brasileira chegou a ser a mulher mais bem remunerada do showbusiness americano, segundo o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

- Em 1940, ano no qual era a terceira artista mais reconhecida dos Estados Unidos, se apresentou junto com seu grupo para o presidente Franklin Roosevelt na Casa Branca.

- Nessa mesma época, a sua imagem - aplaudida e reverenciada nos Estados Unidos - era fortemente criticada no Brasil por ser considerada pouco autêntica e paternalista.

- Carmen Miranda foi a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

- Em 20 anos de carreira, a artista fez um total de 14 filmes nos Estados Unidos e sua voz ficou registrada em 279 gravações no Brasil e em outras 34 em território americano. EFE

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