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Espetáculo traz relatos de sobreviventes da tragédia de Mariana

A peça, feita a partir de depoimentos dos sobreviventes da tragédia, será encenada nos dias 4 e 5 de julho no Itau cultural, na Avenida Paulista

Barragens de rejeitos da empresa de mineração Samarco, em Mariana (MG) (Ricardo Moraes/Reuters)

Barragens de rejeitos da empresa de mineração Samarco, em Mariana (MG) (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de julho de 2017 às 11h43.

Última atualização em 2 de julho de 2017 às 11h44.

O maior desastre ambiental ocorrido Brasil, o rompimento da Barragem de Fundão, no estado de Minas Gerais, inspira o espetáculo Hotel Mariana. A peça, feita a partir de depoimentos dos sobreviventes da tragédia, será encenada nos dias 4 e 5 de julho no Itau cultural, na Avenida Paulista, região central da capital.

No palco, os atores escutam, com fones de ouvido, relatos de pessoas que passaram pelo acidente que destruiu comunidades inteiras com a liberação de milhões de toneladas de rejeitos de mineração, além de devastar a vegetação nativa e causar danos à Bacia do Rio Doce. As histórias vão sendo reproduzidas para o público, mostrando a diversidade das pessoas que foram impactadas pelo episódio ocorrido em novembro de 2015.

O rompimento da barragem pertencente a mineradora Samarco provocou a morte de 19 pessoas. Na ocasião, os desalojados do distrito de Bento Rodrigues, o mais atingido pela avalanche de resíduos, se hospedaram em hoteis na região central de Mariana (MG).

Situação atual

No início de junho, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmaram um acordo com a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billinton, para contratação de uma assessoria técnica para os moradores do município mineiro de Barra Longa, também atingido pelo desastre. Essa assessoria deverá contribuir para que a população afetada do município pelo desastre ambiental tenha participação efetiva no processo de reparação de seus direitos.

Em Barra Longa, o distrito de Gesteira foi parcialmente destruído e deverá ser reconstruído com recursos da Samarco. Na área urbana, a lama de rejeitos também causou estragos. Em outubro do ano passado, a mineradora reinaugurou a Praça Manoel Lino Mol, que foi reconstruída como parte do processo de recuperação dos danos.

A contratação de uma assessoria técnica independente, escolhida pela própria comunidade, era prevista em um acordo preliminar firmado em janeiro deste ano entre o MPF e a Samarco. O modelo já havia beneficiado as famílias impactadas em Mariana. Lá a comissão de atingidos, formada majoritariamente por pessoas que moravam nos distritos destruídos Bento Rodrigues e Paracatu, escolheu a Cáritas. A entidade oferece aos impactados consultoria de profissionais de áreas como arquitetura, direito e, agronomia.

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