O cantor sertanejo Maurílio. (Beatriz Nadler/Instagram/Reprodução)
Agência O Globo
Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 07h58.
A morte do cantor Maurílio, dupla de Luiza, na tarde desta quarta-feira, em Goiânia, foi causada por um quadro de tromboembolismo pulmonar. Maurílio estava internado no Hospital Jardim América desde a última quarta-feira (15), quando deu entrada após passar mal durante a gravação do DVD de Zé Felipe e Miguel.
O cantor chegou ao hospital apresentando dificuldades para respirar e com fortes dores no peito. Ele teve três paradadas cardiácas e um exame confirmou que o tromboembolismo pulmonar.
A tromboembolia pulmonar é um trombo (o mesmo que um coágulo) que obstrui os vasos pulmonares, fazendo com que o sangue não chegue a uma das partes do pulmão.
— Ela causa como se fosse um infarto pulmonar, podendo levar a morte de uma área do pulmão — explica o médico Danilo Klein, do Hospital Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
O coágulo que causa a tromboembolia pulmonar não surge, em geral, no pulmão. É muito mais comum que o trombo se inicie nas veias das pernas, principalmente nas panturrilhas.
— Acontece que esse trombo na veia da panturrilha se solta da perna e migra para os vasos pulmonares, obstruindo o pulmão, causando então a tromboembolia pulmonar — ressalta Klein. — Enquanto o trombo está na perna, ainda é um caso em que conseguimos tratar apenas com anticoagulante, para dissolver o trombo. Quando vai para o pulmão, em geral, o quadro clínico é grave.
Falta de ar, taquicardia, insuficiência respiratória e insuficiência cardíaca são alguns dos sintomas da tromboembolia pulmonar.
Em geral, a trombose venosa profunda, que gera a tromboembolia pulmonar, acontece em pessoas com fatores de risco. Indivíduos com obesidade ou que seguem em tratamento contra um câncer ou alguma doença infecciosa grave são mais propensos à doença.
Também pode haver fatores genéticos associados ao aparecimento da tromboembolia pulmonar, de acordo com médicos. Em jovens, a doença costuma ser incomum.
— Recentemente, devido à pandemia da Covid, houve um aumento no número de mortes por tromboembolia pulmonar, pois o coronavírus é um grande fator de risco para a trombose — conta Klein.
O tromboembolismo pulmonar (ou tromboembolia pulmonar) sempre leva o paciente à internação, pois o potencial de ser grave é muito grande, como reforça o médico Danilo Klein.
Médicos recomendam que as pessoas mantenham um estilo de vida saudável e, caso precisem ficar acamadas por algum tempo — devido a alguma cirurgia ou incapacidade física —, tomem cuidado redobrado, tentando mover os membros inferiores, para que não haja imobilidade dos órgãos.