António Maçanita: enólogo português. (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 18 de junho de 2025 às 06h20.
"Se tem um lugar onde dizem que elaborar vinho ali é impossível, é justamente esse lugar que o António quer trabalhar." Essa é a frase que João Palhinha, português radicado no Brasil, usa para descrever o amigo, conterrâneo e colega de faculdade António Maçanita. João, que há mais de dez anos é um dos responsáveis por trazer grandes vinhos de Portugal para este lado do Oceano Atlântico, destaca a personalidade e a trajetória única de António.
Foi com essa determinação que o enólogo português se destacou como um dos mais proeminentes de sua geração. Eleito Enólogo do Ano por importantes publicações, António Maçanita possui diversos projetos que resgatam uvas nativas de Portugal esquecidas e que elaboram bebidas únicas. Sua carreira no mundo dos vinhos começou em 2000, nos Açores, mas foi só em 2004, aos 23 anos, que ele fez seu primeiro vinho. Desde então, já foram mais de 90 criações, com cerca de 30 delas disponíveis no Brasil.
João Palhinha, que conhece bem o mercado brasileiro, e António Maçanita agora trabalham juntos em um projeto para triplicar as vendas dos vinhos de António no Brasil, passando de cerca de 90.000 euros por ano para 300.000 euros por ano (aproximadamente R$ 1,9 milhão). Embora pareça um valor modesto, é importante lembrar que os quatro projetos de António Maçanita em Portugal somam 600.000 garrafas por ano, e o Brasil ainda não está entre os dez primeiros países em vendas. Além disso, os vinhos de Maçanita são de faixa de preço superior a R$ 250.
O objetivo é mudar essa realidade. João Palhinha explica: "O Brasil sempre foi um mercado natural para nós. Além de estarmos presentes em importadoras como Grand Cru e World Wine, trazemos vinhos também para supermercados, mas com uma gama mais premium."
A parceria com o Pão de Açúcar já foi firmada, e os rótulos estarão disponíveis nas lojas mais exclusivas de todo o país. Além disso, uma parceria com a rede Verdemar, de Belo Horizonte, também foi estabelecida. O objetivo é tornar os vinhos mais acessíveis para o consumidor que faz compras mensais, por exemplo.
Entre as novidades, António Maçanita traz ao Brasil rótulos como o tinto alentejano Carta da Fita Preta, que será vendido no Pão de Açúcar, e os rótulos tinto e branco do projeto de António no Douro, Brother & Sister, que estarão disponíveis no Verdemar. "Não é vinho commodity, tem a minha chancela", reforça António.
Os preços desses novos rótulos devem ficar em uma média de R$ 170, tornando-os mais acessíveis que os produtos do portfólio já disponível no país. A ideia é oferecer uma porta de entrada para quem ainda não conhece os vinhos do enólogo, incentivando o consumo de rótulos de gamas mais altas.
Os rótulos já disponíveis no Brasil continuarão os mesmos, com destaque para o A Touriga Vai Nua 2021 (vendido na Grand Cru por R$ 305,92), feito com a uva Touriga Nacional e estagiado exclusivamente em cubas inertes, para preservar a delicadeza aromática dessa casta. Com grande identidade floral, esse vinho é bastante fresco e apresenta uma forte expressão de fruta. Já os novos vinhos devem chegar às gôndolas até o final do ano.