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Embaixador da F1, Felipe Massa revive idolatria em nova fase da categoria

Ex-piloto da Ferrari roda o mundo em parte da temporada por causa do cargo na FIA, e mantém o prazer de correr vivo com os carros da Stock Car

Felipe Massa. (Germano Lüders/Exame)

Felipe Massa. (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de abril de 2022 às 09h43.

Felipe Massa não pilota um Fórmula 1 há cinco anos, desde que se aposentou na Williams, em 2017. A última vez que correu pela Ferrari já se vai quase uma década. Mas, sem dúvida, é ainda hoje o principal rosto brasileiro da categoria. E vê a procura dos fãs, principalmente os mais jovens, aumentar na esteira do sucesso mundial da série “Correr para viver”, da Netflix, que rejuvenesceu a audiência das corridas e transformou pilotos em
popstars

"Uma prima minha, de uns 18 anos, virou para mim num casamento da família e disse: “Tio, impressionante, eu estou viciada na série da Fórmula 1. O que você acha?”. Eu levei o Leclerc e o Ricciardo no meu restaurante, em São Paulo, ano passado, e estava lotado de jovens do lado de fora. Isso não era normal na F1, no automobilismo de uma forma geral", diz Massa.

Prestes a completar 41 anos, na próxima segunda-feira, Massa mantém esse vínculo próximo à categoria graças aos cargos que ocupa na Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Desde o ano passado, ele é embaixador da F1. Já foi presidente da comissão de kart da entidade, e agora preside a comissão de pilotos de todas as categorias.

Não chega a “correr” toda a temporada, mas as viagens são tão constantes quanto nos tempos de piloto de F1. Este ano, por exemplo, vai estar presente em oito GPs a partir das corridas na Europa. Vai dar um pulinho no Japão e em Cingapura. Além, é claro do GP de Interlagos, no fim do ano.

"Lembro que quando estava disputando título na Ferrari, era muito querido, dava autógrafos e as pessoas queriam estar próximas. Saí da F1 em 2017, isso foi diminuindo, até porque já passou meu tempo. Agora aumentou. As pessoas querem estar próximas de mim, que não não corro mais, não sou um piloto da Ferrari, não disputo campeonato. Isso mostra o quanto a F1 voltou a ser interessante", afirma Massa, que foi convidado para ser embaixador pelo ex-chefe da equipe italiana e hoje CEO da FIA, Stefano Domenicali.

Com a função de promover a categoria em entrevistas de pódio, presença em corridas, contato com os fãs e encontros com patrocinadores, Massa comemora a renovação da categoria, que passou por uns anos em baixa, e promete temporadas ainda mais disputadas.

Infelizmente, ele não vislumbra um novo rosto brasileiro tão cedo como piloto principal de alguma equipe — Pietro Fittipaldi é piloto de testes da Haas, mas a equipe preferiu a experiência de Kevin Magnussen com a saída do russo Nikita Mazepin.

Novo piloto do Brasil?

A aventada entrada de grandes montadoras, como Porsche e Audi, na Fórmula 1 pode mudar o cenário tirando espaço das equipes que “alugam” seus cockpits para pilotos com dinheiro. Além do teto de gastos das escuderias que tende a aproximá-las tecnicamente:

"Não tenho muita esperança de que tenha um piloto brasileiro na F1 contratado para correr com uma possibilidade decente nos próximos quatro ou cinco anos. Temos uns nomes bons, mas é difícil. O Rafael Câmara (16 anos, vai correr a F4 no Brasil) vem muito bem do kart, está na academia da Ferrari. Temos que ver como vai se desenvolver. Tomara que tenhamos um piloto lá o mais rápido possível".

Enquanto promove a F1, participa de reuniões de conselhos da FIA e gerencia as sociedades no ramo gastronômico, Massa não deixa de lado o que mais lhe dar prazer: pilotar um carro. De volta ao Brasil desde o ano passado, ele escolheu a Stock Car. Ainda se adaptando a uma categoria de turismo, Massa acredita estar próximo do primeiro pódio. No GP do Galeão, semana passada no Rio, teve sua melhor colocação: sexto lugar na corrida 1.

"Era um campeonato que eu sempre tive em mente no final da minha carreira. Estou concentrado na Stock e quero vencer, fazer pódio. Esperei sair o calendário para marcar as corridas da F1", diz Massa, que não colocou data para se aposentar de vez das pistas. "Quando colocar data é porque é hora de parar. Por enquanto, não penso nisso".

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