EXAME.com (EXAME.com)
Rafael Kato
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 12h46.
São Paulo - O ótimo Estação Carandiru recebe uma merecida continuação. Agora, o médico Drauzio Varella se dedica a contar as histórias dos carcereiros daquela que foi a maior prisão da América Latina.
Na primeira obra travamos contato com os códigos de honra dos presos, as moedas internas e o significado de suas tatuagens. Um mundo próprio e com regras específicas. No novo livro, vemos o mundo dividido dos funcionários da prisão: o homem que é livre, mas amigo do preso. Aquele que respeita o código dos presos e, ao mesmo tempo, precisa seguir ordens legais. Em suma, uma vida dividida entre a penitenciária e a vida em família.
O resultado? Histórias de vida dignas de grandes dramas, cheias de poder, sexo e traição. Como a de Romeu, o intransigente carcereiro que tinha prisioneiros como ajudantes de ordem.
As histórias de Drauzio foram recolhidas dos tempos em que servia como médico na penitenciária e também das reuniões com carcereiros da qual participou. Eles, órfãos do sistema prisional, passaram a se reunir em um bar apenas para lembrar bons “causos” do passado.
Drauzio usa a técnica jornalística para contar a vida da prisão, mas também adiciona a própria experiência como voluntário médico para narrar os episódios. O livro é essencial para entender a história das políticas de segurança pública dos últimos 20 anos.