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Drama familiar do diretor de "A Separação" é aclamado

O público de Cannes aplaudiu a exibição de "Le passé", o mais recente filme do iraniano Asghar Farhadi

(A partir da esquerda) As atrizes francesas Sabrina Ouazani, Bérénice Béjo e Jeanne Jestin, e o cineasta Asghar Farhadi, na sessão de fotos do novo filme
 (Loic Venance/AFP)

(A partir da esquerda) As atrizes francesas Sabrina Ouazani, Bérénice Béjo e Jeanne Jestin, e o cineasta Asghar Farhadi, na sessão de fotos do novo filme (Loic Venance/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 12h49.

Cannes - O iraniano Asghar Farhadi, que recebeu um Oscar por "A Separação", foi aplaudido nesta sexta-feira, em Cannes, por seu filme mais recente, "Le passé", um drama familiar que comove a cada cena com atores brilhantes vivendo os efeitos devastadores dos segredos e rancores.

Bérénice Béjo, que recebeu o prêmio César de melhor atriz por "O Artista", interpreta em frente à câmera poderosa do cineasta iraniano uma mãe de família desgastada pelos acontecimentos, trazendo força e fragilidade a sua personagem.

Confrontado com o turbilhão que reina na casa no subúrbio de Paris, onde a maior parte do filme se passa, o ator iraniano Ali Mosaffa traz uma calma impressionante, aquela que antecede a tempestade.

Tahar Rahim, revelado em Cannes em 2009 no filme "O Profeta", de Jacques Audiard, que lhe valeu um César de melhor ator, interpreta um homem confuso, sem saber que caminho seguir.

Depois de quatro anos de separação, Ahmad (Ali Mossafa) chega a Paris vindo de Teerã a pedido de Maria (Bérénice Béjo) para cumprir as formalidades do divórcio.

Após a sua chegada, ele descobre a relação conflituosa entre Maria e sua filha Lucie (Pauline Burlet), nascida de outra relação, mas isso não é tudo.

Há também o muito jovem e rebelde Fouad (Elyes Aguis), filho de Samir (Tahar Rahim), o novo companheiro de Maria, de quem ela está esperando um filho.

Para piorar as coisas, Samir já é casado, mas sua esposa está em coma depois de uma tentativa de suicídio.

Ahmad, a voz sempre doce e calma, estabelece um diálogo com os personagens, como acontece com Fouad e Lucy.


Seu trabalho de aproximação, no entanto, é dificultado pelo passado de cada personagem, e para avançar precisará fazer as pazes com ele.

"Podemos tentar nos livrar do passado, mas ele não nos deixa", explicou o diretor à imprensa. É algo que todo mundo reescreve, "de forma mais escura ou mais doce".

Na verdade, para ele, "o passado não é mais claro do que o futuro".

A jovem Pauline Burlet, que interpretou Edith Piaf criança em "Piaf - Um Hino ao Amor", disse estar "feliz" por participar de "uma experiência única".

Os atores trabalharam duro antes das filmagens com o diretor para estabelecer ligações entre eles, fazer perguntas, descobrir onde o diretor queria ir, "como um coreógrafo", nas palavras de Bérénice Béjo. Um trabalho "milimétrico" para Tahar Rahim.

"O passado" é o terceiro filme de Asghar Farhadi, formado em teatro e marcado pelo universo sufocante do norueguês Henrik Ibsen quando se trata de dramas familiares.

"A escolha da família como a base das minhas histórias vem da preocupação que eu tenho de me sentir muito perto de meus expectadores. Não há experiência mais universal do que a experiência da família", observou o diretor à imprensa depois de uma exibição altamente aclamada.

Quanto ao relacionamento do casal, "é o tema mais antigo na história da humanidade. Assim, mesmo se eu passar o resto dos meus dias falando sobre esse assunto eu não vou falar tudo!" , diz ele.

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