O sono é essencial para o equilíbrio de todas as funções fisiológicas e psicológicas do organismo (Rudolf Kotulán / Dreamstime)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 15h26.
São Paulo - Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 52% dos homens e 44% das mulheres brasileiras têm sobrepeso. Ao todo, 15% da população está obesa e a falta de sono pode ajudar a aumentar esses números. Estudos do Instituto de Medicina e do Sono indicam que a privação do sono pode influenciar na atividade metabólica, entre elas, no aumento dos níveis do colesterol sérico (relacionado ao estresse) e na diminuição da capacidade do corpo de produzir glicose, alterando o controle do apetite e diminuição do gasto energético.
“Em longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a saúde, uma vez que é durante o sono que são produzidos alguns hormônios que desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por exemplo, o pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir”, afirma Renata Federighi, consultora do sono da Duoflex.
Entre outras funções, ele ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose. Estudos provam que indivíduos que dormem pouco reduzem o tempo de sono profundo e, em consequência, a fabricação do hormônio do crescimento.
“A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos”, afirma a consultora.
O sono é essencial para o equilíbrio de todas as funções fisiológicas e psicológicas do organismo, portanto um sono de qualidade está diretamente ligado aos fatores preventivos da obesidade. Segundo pesquisa americana, para cada hora a menos de sono, cresce em 20% a possibilidade de haver aumento do peso e os especialistas acreditam que menos de 7 horas habituais de sono pode trazer consequências negativas para o corpo e para o cérebro.
A importância da atividade física
As noites mal dormidas trazem diversas consequências como cansaço durante o dia, sonolência, entre outros fatores que levam ao sedentarismo e a um descuido com o corpo. Em contrapartida, quem não pratica atividades físicas tem um sono interrompido e não alcança as fases mais profundas. Essa pessoa não descansa, e por consequência, tem menos disposição no dia seguinte.
Os especialistas apontam a endorfina – o neurotransmissor que atua como analgésico e traz sensação de bem-estar – liberada durante os exercícios, como a responsável pelas boas noites de sono. Aliás, os sedentários levam mais tempo para dormir: são em média dez minutos, contra sete dos que se exercitam regularmente.
A atividade física também favorece o sistema respiratório, que é mais exigido pela corrida do que pela musculação. Eles diminuem as chances de um ronco ou de uma apneia – quando acontecem as paradas respiratórias - e seus consequentes prejuízos para a recuperação completa do corpo durante a noite.
O período de sono regular, em média de 8 horas por noite, melhora as funções cognitivas e faz com que a síntese de proteínas recupere as fibras musculares, tornando o indivíduo ainda mais preparado para o esporte, formando um ciclo de uma vida mais saudável.
Embora a atividade física seja essencial, não resolve necessariamente todo tipo de distúrbio do sono. A prática esportiva pode ajudar a dormir melhor, mas funciona como um auxiliar, um coadjuvante, não atua diretamente em problemas nos casos crônicos de insônia. Em muitos casos, é necessário somar-se a esta prática, a reeducação postural aliada ao uso do travesseiro correto durante o sono.