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Documentário sobre orca 'assassina' gera polêmica

Filme sobre orca "assassina" e resposta do parque SeaWorld voltaram a protagonizar a polêmica sobre o estresse das baleias que vivem em cativeiro

Orca: objetivo do filme foi criar consciência sobre a vida de "trauma, estresse e frustração que vivem esses animais marinhos em cativeiro", disse diretora (Getty Images)

Orca: objetivo do filme foi criar consciência sobre a vida de "trauma, estresse e frustração que vivem esses animais marinhos em cativeiro", disse diretora (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 10h50.

Orlando - Um documentário sobre a orca "assassina" Tilikum de Orlando, e a resposta do parque temático SeaWorld sobre o "desequilibrado" filme, voltaram a protagonizar a polêmica sobre o estresse das baleias que vivem em cativeiro.

O documentário "Blackfish", que estreou em julho no Festival de Sundance, se concentra na ação da orca em 24 de fevereiro de 2010, quando atacou e matou sua treinadora Dawn Brancheau, sua terceira vítima mortal.

O objetivo do filme foi criar consciência sobre a vida de "trauma, estresse e frustração que vivem esses animais marinhos em cativeiro", explicou no lançamento a diretora Gabriela Cowperthwaite durante a apresentação do documentário.

Segundo a organização para a Conservação de Baleias e Golfinhos (WDC, em inglês), 138 orcas foram capturadas desde 1961 e levadas a cativeiro, das quais apenas 45 ainda estão vivas.

Em liberdade, a orca macho pode viver até 29 anos e, a fêmea, até 50, enquanto em cativeiro sua expectativa de vida fica abaixo dos 20 anos.

Algumas orcas chegam a viver até 90 anos em liberdade, de acordo com a WDC.

O documentário de Gabriela, que estará em cartaz neste verão (hemisfério norte) nos Estados Unidos e em cinemas de todo o mundo, denuncia o estresse sofrido por esses animais em cativeiro e alerta também sobre o perigo de mantê-los no mesmo tanque de seus treinadores.

A tragédia de Dawn, de 40 anos, foi presenciada por dezenas de turistas, incluindo crianças, e serviu de inspiração à cineasta para a produção do documentário.


"Foi uma notícia que me impressionou muito. Nunca tinha ouvido nada semelhante, e me perguntei por que uma treinadora com 16 anos de experiência, a mais experiente do SeaWorld, morreu atacada por animal com quem tinha uma relação; se presumivelmente se conheciam um ao outro e se amavam mutuamente", disse Cowperthwaite.

No entanto, o parque SeaWorld de Orlando considera que o documentário sobre a orca preferiu "explorar" comercialmente uma tragédia que causou muita dor, em vez de oferecer ao espectador uma versão "equilibrada" sobre o animal e seu entorno.

"É um filme incorreto que desinforma e que, infelizmente, explora uma tragédia que ainda é uma grande fonte de dor para os parentes, amigos e colegas de Dawn Brancheau", disseram à Efe representantes do SeaWorld em um comunicado online.

Para os representantes do parque, os autores do documentário pintam "uma imagem distorcida de uma das instituições zoológicas mais respeitadas" do mundo, que faz um "trabalho altruísta" recuperando, reabilitando e devolvendo a seu entorno natural centenas de animais marinhos selvagens cada ano.

""Blackfish" falha, por não mencionar também o compromisso do SeaWorld com a segurança e o cuidado tanto de funcionários como dos milhares de visitantes que recebe anualmente e no cuidado de seus animais", continua o comunicado.

Além de causar a morte a Dawn Brancheau em 2010, Tilikum esteve envolvida em 1991 na morte de outra treinadora no parque canadense de Sealand em 1991, e em 1999 um homem apareceu morto sobre as costas do cetáceo após invadir o tanque da orca durante a noite.

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