Membro do Exército Livre da Síria durante uma ofensiva contra atiradores de elite fiéis ao governo de Assad na cidade de Alepo (Molhem Barakat/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2013 às 19h56.
Abu Dhabi - Quando Mohammed Soueid começou a fazer um filme sobre a guerra civil síria, ele reuniu material de três cinegrafistas-ativistas e não tinha ideia sobre quem seria seu protagonista. Mas ao rever as imagens ele percebeu que um determinado combatente, chamado Abu Bakr, estava sempre presente.
"Sua história está se desenvolvendo. Ele está vivendo a história", disse o libanês Soueid à Reuters após exibir nesta semana o seu filme, intitulado "Hanging Dates Under Aleppo's Citadel", no Festival de Cinema de Abu Dhabi.
"Ele não era um militar", disse Soueid. "Era simplesmente alguém que iniciou sua oposição política por meio de protestos pacíficos, e aí quando se viu frente a frente com o bombardeio e a opressão apanhou uma arma e começou a lutar." O documentário inclui imagens de combates violentos em Aleppo, no norte da Síria. As paredes estão crivadas de balas. Casas inteiras são destruídas por bombardeios. Os corpos espalhados lembram a brutalidade da guerra.
Em meio a tudo isso, aparecem também cenas do cotidiano de Abu Bakr - falando do seu pai, "desaparecido" nas mãos da polícia secreta síria no começo dos anos 1980, e dirigindo-se aos filhos, que vivem distantes do pai, em um campo de refugiados da Turquia.