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Do Met Gala ao Ironman: a vida casual de Alexandre Birman

O chefe do grupo Arezzo&Co divide o comando da varejista de moda com eventos sociais e uma rotina pesada de treinos de triatlo. O segredo? Focar 100% no momento

Alexandre Birman: CEO da Arezzo&Co já completou 13 provas Ironman.  (Arquivo pessoal/Reprodução)

Alexandre Birman: CEO da Arezzo&Co já completou 13 provas Ironman. (Arquivo pessoal/Reprodução)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 20 de setembro de 2021 às 16h23.

Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 06h10.

Alexandre Birman não desperdiça tempo. Para o CEO da varejista de moda Arezzo&Co., cada minuto do dia é precioso. Não à toa, ele diz que mantém há anos uma agenda com todas as atividades que fará nos próximos 3 meses, desde reuniões de trabalho até compromissos pessoais. Na última segunda-feira, por exemplo, o designer de sapatos mineiro compareceu ao Met Gala acompanhado da cantora Anitta. O convite veio diretamente das mãos de Anne Wintour, editora-chefe da Vogue Americana. No evento, Birman e Anitta dividiram a mesa com Erik Nordstrom, CEO das lojas de departamento de luxo Nordstrom; Marc Metrick, chefe da varejista de luxo Saks Fifth Avenue, e Christine Beauchamp; CEO da Amazon Fashion.

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No dia seguinte ao Met Gala, Birman fez reuniões sobre a operação americana da Arezzo&co., que deve faturar cerca de 70 milhões de dólares neste ano, 12% do faturamento global. Na quarta-feira, o executivo lançou a coleção de primavera 2021 da marca Alexandre Birman. Na quinta, ele desligou completamente o modo CEO para focar no Ironman, competição de Triatlo que aconteceu em Utah no último sábado. Antes de embarcar para Miami a negócios na noite daquele mesmo dia, Birman falou por telefone com a EXAME em uma breve chamada que durou 15 minutos. Na conversa, o bilionário que gosta de ser chamado de sapateiro contou como faz para conciliar o comando das mais de 10 marcas que estão sob o guarda-chuva da Arezzo&co com o lado atleta, ou melhor: triatleta.

O segredo, segundo Birman, é focar 100% no momento presente, sem distrações. "Eu acredito no mindfulness, que é virar uma chave e mergulhar totalmente em um tema. Esse foco foi algo que eu aprendi ao longo do tempo. Você não precisa escolher entre ser um bom atleta, um bom marido ou um bom profissional. É possível desempenhar muito bem todos esses papéis", diz. 

De Nice, na França, a Kona, no Hawaí, passando também pelo Panamá e, claro, pelo Brasil, Birman já concluiu de 13 circuítos Ironman, uma das competições de Triatlo mais famosas do mundo, nos últimos 9 anos. Em Utah, no sábado, ele foi o primeiro brasileiro na categoria 45-49 anos, concluindo a prova em 5 horas.

Além do Ironman, Birman também já competiu em diversas outras maratonas, como a prova de ciclismo Gran Fondo, em Nova York, e a prova Internacional de distância olímpica, em Santos, São Paulo. Para se preparar para estas competições, o CEO segue religiosamente uma rotina pesada de treinos: são pelo menos 15 horas por semana junto dos preparadores físicos Frank Jacobsen e José Belarmino, isso, somado a uma alimentação regrada, que não inclui álcool. "Na vida não há bônus sem ônus. Eu estive em Nova York por 6 dias, mas fui apenas em um restaurante. Não fui a nenhuma festa ou evento a não ser o Met Gala. Não bebi uma única taça de vinho. Foquei 100% na minha alimentação. Me privei do lazer para dar tudo de mim no Ironman." 

Ex-nadador profissional do Minas tênis club, em Belo Horizonte, Birman sempre enxergou a disciplina como um atributo fundamental para o sucesso, seja no escritório ou fora dele. O mindfulness, tática utilizada pelo CEO triatleta, é também seguida por atletas de elite como o tenista Novak Djokovic e o jogador de basquete LeBron James.

Na teoria, o conceito que pode ser traduzido do inglês como "atenção plena" é autoexplicativo: trata-se de se forçar a estar no momento presente da maneira mais consciente possível, no caso dos atletas, colocando o corpo e a mente para trabalharem juntos por um mesmo objetivo. "O mindfulness me ajuda da pele para dentro, da com conexão com meus músculos, meu coração, meu pulmão… Essa conexão só quem faz  esporte consegue entender. É uma sensação indescritível", diz Birman. "Eu tenho uma paixão tão grande pela vida que o cansaço não tem lugar para mim."

Um império chamado Arezzo&co

Sob o comando de Birman, o grupo varejista Arezzo não para de adquirir novas bandeiras. Com as compras mais recentes, da operação da Vans e da Reserva, o império multimarcas é avaliado em mais de 8 bilhões de reais, com 18 logos no portfólio.

No segundo trimestre desde ano, receita bruta do grupo foi de 706 milhões de reais, aumento de 208% na comparação com o mesmo período de 2020. Por sua vez, lucro líquido ajustado de 47 milhões representou um crescimento de 253%. Na contramão do mercado, os resultados foram melhores do que em 2019, antes da pandemia. 

Em grande parte, o sucesso da operação fica a cargo da digitalização promovida pelo grupo nos últimos anos. Também no segundo trimestre desse ano, 175 milhões de reais vieram do e-commerce, um salto de 18%. A consolidação da Reserva, comprada de Rony Meisler por 750 milhões de reais em outubro de 2020, também engrossou o caldo, com receita de 143 milhões de reais, ficando apenas atrás da própria marca Arezzo e da calçadista Schultz.

A digitalização do grupo não deixa de lado as lojas físicas. No Brasil, a Arezzo&co possui 140 estabelecimentos próprios e 749 franquias espalhadas por todos os estados. Nos Estados Unidos, são mais 6 pontos de venda próprios, das marcas Alexandre Birman e Schultz. Em uma guinada para deixar as bandeiras do negócio mais pop, o conglomerado vem investindo em personalidades como Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa para protagonizar suas campanhas.

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