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Dividir os lençóis pode fazer mal à saúde

Do ponto de vista médico, dormir com outra pessoa pode acarretar em problemas para o bom desempenha do sono e, consequentemente, para as atividades diárias


	Mulher dormindo e despertador: fatores efetivamente ligados ao ato de dormir que atrapalham o casal são roncos, apneia do sono (pausas de respiração noturna) e os “microdespertares”
 (Getty Images)

Mulher dormindo e despertador: fatores efetivamente ligados ao ato de dormir que atrapalham o casal são roncos, apneia do sono (pausas de respiração noturna) e os “microdespertares” (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 18h25.

Dormir junto é um hábito recorrente na vida a dois, aliás, é tão comum quanto respirar. E, assim como respirar, dormir é um fator muito importante e decisivo na garantia do bom desempenho de nossas atividades diárias.

"De forma cíclica, o sono apresenta vários estágios, que vão desde o sono leve, até o sono profundo e, durante essas etapas, ocorrem diversos processos metabólicos, que garantem a recuperação e o desenvolvimento do corpo", explica a otorrinolaringologista Angela Beatriz Lana, especialista em medicina do sono .

De acordo com a médica da Comunidade Europeia pela Universidade do Porto, o sono é conduzido por mecanismos internos (endógenos) do organismo, conhecidos como relógios biológicos, que podem variar de pessoa pra pessoa.

"Além deste fator, o ambiente externo também está ligado diretamente à qualidade do sono, pois a temperatura do local, o nível de silêncio e os movimentos da pessoa com quem se divide a cama, por exemplo, influenciam na maneira de dormir. Portanto, do ponto de vista médico, é aconselhável separar os corpos para se ter uma noite tranquila de sono."

Além disso, segundo a especialista, na vida a dois, muitas incompatibilidades noturnas contribuem para que o sono seja afetado quando se decide dividir o leito, como, por exemplo, discordância nos horários de ir para a cama, necessidade de mais ou menos luz, temperatura do ar condicionado no quarto, uma vez que cada pessoa tem seu grau de temperatura perfeito, e alguns casos comuns como briga pelo cobertor, espaço na cama, ou ainda, a presença de TV e outros aparelhos eletrônicos no local.

Outros fatores efetivamente ligados ao ato de dormir que também atrapalham o casal são roncos, apneia do sono (pausas de respiração noturna) e os chamados “microdespertares”.

"Quando o sono mais profundo e restaurador (REM) é interrompido e a pessoa chega a uma etapa superficial em que ela quase acorda, mas não percebe, como por exemplo, mudar de posição na cama ou ranger os dentes, ela entra em um estado de semiconsciência e logo volta a dormir. Desta forma, quanto mais microdespertares a pessoa tiver durante a noite, mais cansada ela vai levantar no dia seguinte. Os adultos podem ter, em média, de 20 a 30 microdespertares e dividir a cama chega a dobrar esse número."

Pesquisas mostram que a qualidade do sono é melhor quando um adulto dorme sozinho e mesmo que a maioria das pessoas prefira manter a tradição e dividir os lençóis, já há casais que resolveram se separar durante a noite para terem um dia melhor.

"Ainda que dormir sozinho seja a melhor alternativa, medidas simples podem auxiliar no bom funcionamento do mecanismo que leva ao sono do casal, como o cuidado contínuo com o parceiro, respeitando as diferenças que existem e entrando em acordo com relação a elas. Tentar fazer pouco barulho ao acordar para não perturbar o outro, usar protetores para os olhos e auriculares para evitar que a luz ou ruídos o despertem antes da hora, cuidar dos problemas individuais, como rinites, asma, roncos, apneia e insônia, manter um ambiente calmo antes de iniciar o sono e evitar a presença excessiva de luz dentro do quarto na hora dormir são ótimas ferramentas para quem deseja dormir melhor mas ainda não está disposto a fazer isso sozinho", finaliza a médica.

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