O ator Ken Marino participa da premier do filme "Frozen - uma aventura congelante": filme se baseia em conto do escritor dinamarquês Christian Andersen (Frederick M. Brown/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2013 às 12h45.
Lons Angeles - Os estúdios Disney vão, enfim, executar o sonho de seu fundador levando às telas uma luxuosa versão do conto "The Snow Queen" (A rainha da neve), que marca o reencontro do estúdio com as histórias de Christian Andersen, 25 anos após "A Pequena Sereia".
"Frozen - uma aventura congelante", 53º longa-metragem animado dos estúdios Disney, parece muito bem cotado para o prêmio de melhor filme de animação no próximo Oscar.
O filme estreia nesta quarta-feira na América do Norte para aproveitar o feriado do Dia de Ação de Graças, mas só chega aos cinemas brasileiros em 10 de janeiro.
"A rainha da neve", o conto mais longo do escritor dinamarquês, publicado em 1844, estava entre os projetos mais sonhados por Walt Disney, que nunca o viu realizado.
"Ele queria apaixonadamente realizar esta versão", explicou recentemente à imprensa Chris Buck, co-diretor do filme, durante a apresentação do filmes nos estúdios da Disney em Burbank.
"Nós temos alguns desenhos de um dos "nove senhores" (os fundadores do estúdio), mas isso é tudo", explicou.
"Procuramos (nos arquivos) pelo material original, mas nada foi encontrado, apenas alguns desenhos aqui e ali. Mas nós sabíamos que era um projeto muito especial para Walt Disney", confirmou a codiretora Jennifer Lee.
Apesar de ignorar o por que do projeto não ter sido viabilizado durante a vida da Disney, Lee - roteirista de "Detona Ralph" (2012) - afirma que não ficaria surpresa se o motivo fosse o momento histórico.
"Esta é uma história muito difícil, muito simbólica. A rainha da neve é, em si, muito bem definida no conto", considerou.
Os autores tomaram muitas liberdades com o conto original, cujas duas personagens femininas - Gerda e a rainha da neve - tornaram-se, de acordo com as necessidades do filme, as princesas e irmãs Elsa e Anna.
Elsa, que tem o poder de transformar em gelo tudo o que toca, fugiu de seu reino após acidentalmente condena-lo ao frio eterno. Anna decide procurá-la, com a ajuda de Kristoff, um plebeu corajoso e atraente, e Olaf, um boneco de neve hilariante que sonha com calor e o sol.
"Há vários elementos muito fortes nesta história, como esta jovem (Anna), que não tem como poder apenas o amor e que luta contra o mal", observa Lee.
"O medo é um grande problema em nossa sociedade. Então, ver esta pequena Anna, uma pessoa comum com um coração enorme, que tenta se levantar contra o poder do medo representado por Elsa, e que luta para salvar seu reino e a sua irmã, é muito rico", acrescenta ela.
Na versão original em inglês, Elsa tem a voz da cantora e atriz Idina Menzel.
"A coisa mais importante era conservar um aspecto vulnerável, independentemente de seu poder. Há tristeza e solidão nessa personagem", disse à AFP .
"No começo, ela havia sido escrita como uma vilã tradicional, mas quando (os roteiristas) começaram a trabalhar no projeto, mudaram para uma personagem mais complexa, alguém mal compreendida", disse ela.
A Disney deu especial atenção a "Frozen", que beneficia de um tratamento luxoso, tanto no formato quanto nos detalhes atribuídos à direção de arte - que viajou para a Noruega para se inspirar.
As canções também são muito presentes, seguindo a tradição da Disney, que contou com Robert Lopez, autor dos musicais de sucesso "O livro de Mormon" e "Avenue Q".
"Frozen - uma aventura congelante" é precedido por um curta-metragem, "Get a horse!", assinado por Lauren MacMullan, que utiliza desenhos históricos de Mickey e Minnie em preto e branco, antes de mergulhar no 3D e na animação por computador com uma virtuosidade de arrepiar.