Sergei Filin, diretor artístico do prestigiado Ballet Bolshoi da Rússia, deverá passar por ao menos um ano de tratamento médico e reabilitação após o incidente (REUTERS / REN TV)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 20h41.
Moscou - O diretor artístico do Ballet Bolshoi vai recuperar a visão o suficiente para voltar ao trabalho depois de um agressor mascarado jogar ácido em seu rosto, disse um médico nesta quinta-feira.
Sergei Filin, 42, uma das figuras mais faladas na Rússia como chefe do balé por quase dois anos, foi atacado do lado de fora de sua casa quando retornava do prestigioso teatro em 18 de janeiro.
O principal oftalmologista russo minimizou temores de que o diretor ficaria cego e nunca mais seria capaz de trabalhar, avaliando sua condição como moderadamente grave.
"Ele tem queimaduras de ácido em ambos os olhos: queimaduras mais graves no olho direito, mais leves no lado esquerdo", disse Vladimir Neroyev, que participou de algumas das quatro cirurgias de Filin nos olhos -- duas em cada olho -- desde o ataque.
Neroyev disse que era muito cedo para falar o tamanho dos danos, mas o ex-dançarino de balé manteria pelo menos parte da visão em cada olho.
"Acho que em qualquer caso, ele estará totalmente apto para o trabalho", disse Neroyev.
Mas Filin enfrenta pelo menos um ano de tratamento médico e reabilitação, com sua próxima cirurgia prevista para segunda-feira.
O Teatro Bolshoi tem visto muitas disputas de poder entre bailarinos e diretores, mas o ataque de ácido é considerado um dos mais graves de sua história de 200 anos.
Filin disse que vinha recebendo ameaças por mais de um mês antes do ataque. Dançarinos e administradores sugeriram inveja ou ressentimento como possível motivo dado que o trabalho de Filin dava-lhe o poder de construir ou destruir carreiras. Nenhuma prisão foi feita até agora.
Os melhores especialistas russos estão tratando Filin em Moscou, disse Neroyev, mas ele pode decidir viajar para o exterior para tratamento.
"A situação agora é estável, não há nenhuma deterioração", explicou ele. "Até melhorou um pouco e isso é muito bom. Há esperança e otimismo que o tratamento será eficaz." (Reportagem de Gabriela Baczynska e Tatiana Ustinova)