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Destilarias japonesas correm para saciar sede global de uísque

Elas foram ao mesmo tempo beneficiadas e vítimas da sede mundial de uísque

Uísque: Japão vive boom para abastecer o mercdo (Veja/Reprodução)

Uísque: Japão vive boom para abastecer o mercdo (Veja/Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 08h00.

Pela primeira vez em duas décadas, funcionários da destilaria japonesa Nikka Whisky vão trabalhar dia e noite para atender à demanda global por uísque fabricado no Japão.

Mesmo assim, os melhores frutos provavelmente só chegarão ao mercado daqui a uma década, por causa do tempo necessário para envelhecer as melhores safras.

As destilarias japonesas foram ao mesmo tempo beneficiadas e vítimas da sede mundial de uísque. O mercado deve crescer 19%, para US$ 147,6 bilhões nos cinco anos até 2023, segundo a Euromonitor International. O país insular ganhou reputação por seus uísques de qualidade, mas, devido ao longo tempo de envelhecimento, a atual expansão pegou as destilarias desprevenidas e sem condições de atender à demanda. No ano passado, as marcas Hakushu 12 e Hibiki 17 da Suntory Holdings desapareceram dos estoques.

Agora, a Nikka, controlada pela Asahi, maior cervejaria do Japão, corre para expandir a produção. A destilaria interrompeu as vendas de algumas de suas principais marcas, incluindo Taketsuru, Yoichi e Miyagikyo. A Nikka vai aumentar a produção em 20% e investir 65 bilhões de ienes (US$ 606 milhões) nos próximos dois anos em uma nova infraestrutura e dobrar os turnos. A Nikka é a segunda maior destilaria de uísque do Japão, depois da Suntory.

“Não estamos exportando o suficiente”, disse o porta-voz da Asahi, Masato Ishihara. “O mercado crescerá à medida que a reputação do uísque japonês se espalhar pelo país e exterior.”

A demanda total por uísque japonês deve aumentar 7% ao ano até 2022, segundo a Bloomberg Intelligence.

A demanda doméstica por uísque japonês atingiu o pico em 1983, segundo a Agência Tributária Nacional. O consumo diminuiu com a mudança das preferências dos clientes, o que levou algumas destilarias a reduzirem a produção. Mas, na década passada, o destilado conquistou fãs quando o highball - mistura de uísque e refrigerante - se tornou popular no Japão.

“A popularidade do uísque vai continuar”, disse Hiroshi Ito, diretor executivo da Japan Spirits and Liquor Makers Association.

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