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Depois de 24 anos, Depeche Mode traz seu rock eletrogótico a SP

Nesta terça-feira, 27, no Allianz Parque, o trio inglês chega com um disco novinho que questiona os movimentos políticos extremistas do mundo

Depeche Mode: em pleno 2018, o grupo segue na ativa, formado por Gahan, Martin Gore e Andy Fletcher (Depeche Mode/Divulgação)

Depeche Mode: em pleno 2018, o grupo segue na ativa, formado por Gahan, Martin Gore e Andy Fletcher (Depeche Mode/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de março de 2018 às 11h01.

Última atualização em 27 de março de 2018 às 11h09.

São Paulo - O Depeche Mode visto em São Paulo, nas duas noites no Olympia (casa de shows que recebeu de gente como David Bowie a Ramones), em abril de 1994, estava em frangalhos.

O tecladista e baterista Alan Wilder fazia sua última turnê. Andy Fletcher, por sua vez, alegava problemas e não veio ao País. Por fim, e ainda mais grave, Dave Gahan, o vocalista, afundava-se pesadamente no vício de drogas pesadas, como cocaína e heroína.

O fundo do poço ocorreu quando a voz do Depeche Mode, após uma overdose, permaneceu por dois minutos sem vida, até que os paramédicos o ressuscitassem, em 1996.

A partir de então, Gahan ingressou em uma clínica de reabilitação, diz estar limpo, e o Depeche Mode sobreviveu aos terríveis anos 1990 e 2000, que tanto bateram e massacraram a geração new wave e new Romantics.

Em pleno 2018, o grupo segue na ativa, formado por Gahan, Martin Gore e Andy Fletcher, e com uma média de um álbum a cada quatro anos.

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Nesta volta a São Paulo, 24 anos depois, o Depeche Mode é o símbolo de uma era, dono de um estilo muito próprio, com doses eletrônicas e de sintetizadores injetadas nos vocais soturnos e etéreos de Gahan, mas ainda capaz de dialogar com o presente.

Nesta terça-feira, 27, no Allianz Parque, o trio inglês chega com um disco novinho em folha na mala, "Spirit", um trabalho criado diante da sombra e das dúvidas criadas a partir da eleição de Donald Trump, do Brexit e dos movimentos políticos extremistas ascendendo por toda a Europa.

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"Vivemos em um momento de transformação real", disse Dave Gahan à revista "Rolling Stone" norte-americana, na época do lançamento de Spirit.

"Ao ficar mais velho, as coisas que acontecem no mundo passam a me afetar mais. Eu penso nos meus filhos e no mundo no qual eles estão crescendo. Minha filha, Rosie, foi muito afetada pelas eleições (da presidência dos Estados Unidos) no ano passado. Ela soluçava e eu pensei: 'Uau'", disse.

"Spirit", portanto, nasce do momento no qual o Depeche Mode decidiu não se importar em parecer como "cinquentões ricos que fingem estar preocupados com a situação do mundo", como eles contam à publicação norte-americana.

"(Porque) isso não significa que paramos de nos preocupar com o que acontece ao redor do mundo", explica Gahan. "Isso está realmente me afetando."

"Spirit" é o disco que dá nome à turnê da banda nascida em Basildon, localizada a 41 km de Londres, em 1980. Para uma banda com mais de 110 milhões de discos vendidos e um repertório que ultrapassa as 220 canções, centrar-se somente no material mais recente seria um tiro no próprio pé, principalmente em uma performance de arena.

Com isso, em São Paulo, espere pelos hits de ontem. No dia 24 deste mês, o grupo passou por La Plata, na Argentina, e tocou três canções do novo álbum ("Cover Me", "Going Backwards" e a ótima "Where's the Revolution"), da safra anterior, vieram os clássicos "Strangelove" e "Enjoy the Silence", provavelmente o maior sucesso de Gahan e companhia - e tocado 24 anos atrás. Desta vez, eles o farão inteiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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