Boxe: eles já se enfrentaram em dezembro de 2018, mas o combate acabou empatado ao fim de 12 rounds (Steve Marcus/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 07h15.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2020 às 07h55.
O boxe, mais do que outras modalidades esportivas, vive de hipérboles. “Luta Do Século” é um termo que já foi empregado algumas vezes, mas esta é uma escolha subjetiva, mais ligada à paixão do espectador. Neste sábado, 22, mais um combate histórico concorrerá nessa lista. Desta vez, será entre o britânico Tyson Fury e o americano Deontay Wilder, na disputa do cinturão peso-pesado da Organização Mundial de Boxe.
O enfrentamento por si é um enredo de filme pronto e acabado. Ambos são invictos. Eles já se enfrentaram uma vez, em dezembro de 2018, naquela que também teve a alcunha de “Luta do Século”. Wilder chegou a derrubar Fury em duas ocasiões, mas este se recompôs, contra todas as expectativas. O combate acabou empatado ao fim de 12 rounds.
Em novembro de 2015, Fury acabou com o reinado do ucraniano Wladimir Klitschko. No ano seguinte, foi afastado por doping, teve depressão e tentou suicídio. Chegou a pesar quase 200 quilos e a anunciar a aposentadoria. Foi quando Wilder dominou os ringues. Para Fury, vencer seria a prova definitiva de sua recuperação. Para Wilder, o atestado de seu mérito.
O confronto Fury-Wilder II, como vem sendo chamado, remete a outros embates memoráveis. Nenhum dos dois jamais perdeu uma luta, assim como Muhammad Ali e Joe Frazier quando se enfrentaram no Madison Square Garden, em 1971 – Ali cairia ali pela primeira vez. Fury é britânico, Wilder é americano, assim como Lennox Lewis e Mike Tyson, respectivamente. Lewis nocauteou Tyson na Pyramid Arena, em Memphis, em 2002, outro confronto celebrado.
A mais recente “Luta do Século” aconteceu entre o americano Floyd Mayweather e o filipino Manny Pacquiao, em 2015, cinco anos depois de ter sido anunciada. Mayweather saiu vitorioso. Mas o que estava em disputa era a unificação dos cinturões meio-médio. A categoria peso-pesado, de Fury e Wilder, é considerada a mais nobre da nobre arte.
O combate de Mayweather e Pacquiao aconteceu no MGM Grand Arena, em Las Vegas, o mesmo palco do evento deste sábado. A Betfred, uma das maiores casas de aposta do mundo, será patrocinadora, e espera-se uma audiência maior do que a do primeiro embate, em que mais de 500 salas de cinema dos Estados Unidos transmitiram o espetáculo ao vivo. Com tudo isso, Tyson Fury e Deontay Wilder devem receber cada um 25 milhões de dólares pela luta, incluindo participação em cotas de televisão. “Luta do Século”? Vai depender do que acontecer no ringue e do gosto particular de cada um. Do ano, sem a menor dúvida.