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Demanda por café na Ásia protege Ipanema de impacto da pandemia

Com a recuperação global desigual, a Ásia agora responde por uma fatia maior dos negócios da Ipanema: 45% das exportações neste ano

A Ipanema cultiva 3.500 hectares em três fazendas no sul de Minas Gerais (Daniel Grizelj/Getty Images)

A Ipanema cultiva 3.500 hectares em três fazendas no sul de Minas Gerais (Daniel Grizelj/Getty Images)

DS

Daniel Salles

Publicado em 26 de novembro de 2020 às 18h00.

Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 18h30.

A rápida recuperação econômica da Ásia tem protegido um grande produtor de cafés especiais do impacto da pandemia.

Mercados como Japão e Coreia do Sul emergem da crise antes de outras regiões e, com isso, a Ipanema Coffees observou forte recuperação do volume e do preço de seus grãos arábica, disse o diretor-presidente da empresa, Christiano Borges, em entrevista. Prova disso é que as vendas estão em linha com os níveis do ano passado, e a empresa já cumpriu 95% de sua meta para o ano, disse.

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Com a recuperação global desigual, a Ásia agora responde por uma fatia maior dos negócios da Ipanema: 45% das exportações neste ano, 10 pontos percentuais acima dos anos anteriores. Embora restrições mais prolongadas na Europa tenham afetado as vendas da empresa para cafeterias e restaurantes premium, os segmentos online e de supermercados atenuaram o impacto.

“No início, foi um grande susto, com clientes de todos os lugares adiando embarques”, disse Borges. “No final, a demanda migrou em termos de mercados e segmentos, mas ainda está lá.”

A Ipanema cultiva 3.500 hectares em três fazendas no sul de Minas Gerais. Uma delas fica na encosta da Serra da Mantiqueira, onde a empresa coleta os grãos superespeciais, conhecidos como microlotes.

Neste ano, a Ipanema colheu 103.000 sacas de grãos arábica, que foram enviados para clientes em mais de 28 países, incluindo players tradicionais, como o braço premium da Starbucks, Nestlé, a rede de conveniência japonesa Lawson e a alemã Tchibo, que também é acionista da Ipanema.

A pandemia reduziu o prêmio dos cafés especiais, mas a Ipanema conseguiu manter seus diferenciais, disse Borges. O prêmio pago pelos grãos da empresa varia de 20 centavos de dólar por libra-peso acima dos futuros de Nova York a até cinco vezes a referência da bolsa no caso de alguns microlotes.

Assim que a turbulência da pandemia passar, a empresa planeja rever estratégias para fortalecer sua presença em segmentos na Ásia, como supermercados e grandes torrefadoras, disse Borges.

Em algum momento, a Ipanema também pode buscar expandir o plantio além do sul de Minas Gerais para regiões como Cerrado ou Mogiana, como forma de criar uma proteção geográfica. Aumentar a área plantada em cerca de 30% provavelmente exigirá novos fundos dos atuais acionistas ou novos investidores, disse.

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