Casual

Declínio precoce marca as carreiras do 'quarteto mágico'

Há sete anos, Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano prometiam formar uma das melhores seleções da história. Hoje, correm para não ficar no banco de reservas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 19h50.

São Paulo - A dois anos da Copa do Mundo, a seleção brasileira sofre para conseguir engrenar - com uma safra escassa em jogadores talentosos, o time comandado por Mano Menezes está fora da lista das melhores equipes nacionais do planeta, muito atrás de países como Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai.

Às vésperas de outro Mundial, o de 2006, o cenário era bem diferente. A um ano do torneio, o Brasil foi à Alemanha para jogar a Copa das Confederações, torneio que serve de ensaio geral para a Copa. A seleção foi campeã da competição, exibindo um futebol eficiente e vistoso, graças a um grupo de jovens talentos que parecia capaz de igualar os melhores times já formados no país.

Na final, contra a arquirrival Argentina, uma goleada antológica: 4 a 1, com um show do quarteto formado por Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Adriano. No ano seguinte, a seleção naufragou na Copa - e, desde então, os quatro craques que deram espetáculo contra os argentinos transformaram-se em decepções para a torcida.

Por motivos variados - indisciplina, problemas físicos ou simplesmente escassez de bom futebol -, os jogadores que prometiam protagonizar uma nova fase de ouro da seleção agora estão juntos numa situação inusitada: todos enfrentam um declínio precoce. Mesmo em uma faixa etária em que os grandes atletas costumam atingir seu auge técnico, o quarteto de 2005 enfrenta uma fase difícil.

Adriano, por exemplo, foi dispensado pelo Corinthians na segunda-feira, um dia depois de Ronaldinho ser expulso num clássico decisivo entre Flamengo e Fluminense. Robinho e Kaká seguem na Europa, e ainda defendem equipes poderosas. Não são, porém, os grandes astros de suas equipes, como se esperava - Robinho é apenas um bom coadjuvante no Milan, e Kaká briga para ser titular no Real Madrid.


Todos ainda têm alguns anos de carreira para voltar a brilhar, mas pouca gente acredita que qualquer um deles volte a exibir o mesmo futebol dos tempos em que o Brasil tinha a melhor seleção do planeta. A seguir, os tropeços dos craques que prometiam brilhar pela seleção na década passada:

Adriano

O forte atacante canhoto começou no Flamengo, mas logo acertou sua transferência para a Internazionale, da Itália, onde ganhou o apelido de Imperador. Nas primeiras temporadas, foi emprestado à Fiorentina e ao Parma. Adriano foi um dos principais jogadores da seleção brasileira nas finais da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005, ambas contra a Argentina. Foi convocado para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Fora de forma, jogou mal. Nos anos seguintes, rodou de clube em clube, sem sucesso. Em 2008, foi emprestado para o São Paulo; no ano seguinte, voltou ao Flamengo; em 2011, foi parar na Roma, de onde foi dispensado depois de oito jogos e nenhum gol. Chegou ao Corinthians no ano passado, como candidato a substituir o ídolo Ronaldo. Não resolveu - passou maior parte do seu contrato no departamento médico ou na sala de musculação - ou pelo menos fingindo que estava lá. Visivelmente acima do peso, foi criticado pela torcida, mas respondia que precisava perder apenas dois quilos para chegar à forma ideal. Depois de ser criticado publicamente pelo técnico Tite, que não gostou do seu rendimento nos treinos, Adriano foi dispensado pela diretoria do Corinthians, que ainda afirmou ter feito de tudo para ajudá-lo a recuperar a boa forma.

Kaká

Na final da Copa das Confederações de 2005, Kaká marcou o segundo gol da vitória brasileira por 4 a 1 sobre a Argentina. Em 2006, na Copa do Mundo na Alemanha, marcou o primeiro gol do Brasil na estreia contra a Croácia, mas foi um dos piores em campo na eliminação da seleção, contra a França. No ano seguinte, com boas atuações no Milan, foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, superando Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Mas Kaká começou a sofrer com constantes lesões, e passou de ídolo a coadjuvante na equipe do Milan. Em 2009, o clube italiano acertou a transferência do brasileiro para o Real Madrid, da Espanha, onde ele nunca conseguiu colocar em prática o futebol que o consagrou. Em 2010, era um dos principais nomes da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, mas voltou a sofrer com as lesões no joelho e chegou a ser expulso na partida contra a Costa do Marfim. Hoje, luta para convencer o Real a mantê-lo no time.


Ronaldinho Gaúcho

Quem via Ronaldinho Gaúcho jogar no Barcelona tinha certeza que ele seria o maior craque do planeta por várias temporadas. Com dribles desconcertantes, foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 2004 e 2005. Na Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul, já tinha sido um dos destaques do Brasil na campanha do penta. No Barcelona, era o principal jogador em uma equipe que ainda dava poucas oportunidades a um argentino baixinho que atuava como coadjuvante: Lionel Messi. Mas o brasileiro começou a sofrer com lesões musculares, e em 2008 aceitou uma proposta do Milan. Começou com boas atuações no clube italiano, mas passou a ser visto com mais frequência na balada do que nos treinos, e seu futebol voltou a cair de nível, perdendo, assim, a vaga de titular. Insatisfeito entre os reservas, Ronaldinho Gaúcho acertou sua transferência para o Flamengo, clube em que ainda não conseguiu conquistar os torcedores - chegou a ser vaiado em alguns jogos pela fanática torcida rubro-negra.

Robinho

Considerado um dos principais jogadores do Santos na conquista do Campeonato Brasileiro de 2004, Robinho logo acertou sua transferência para o poderoso Real Madrid. Na equipe espanhola não conseguiu repetir suas famosas pedaladas e passou mais tempo no banco de reservas. Tentou forçar sua saída para o Chelsea, mas acabou acertando com o também inglês Manchester City, que em 2010 o liberou para retornar ao Santos por empréstimo - o clube já estava cansado da indisciplina e do futebol pouco inspirado de um atleta que tinha brilhado pela criatividade e habilidade. Na volta para a Europa, Robinho foi negociado com o Milan, clube que defende até hoje. Na Itália, vem alternando boas partidas com jogos decepcionantes - é só um bom coadjuvante para o sueco Ibrahimovic. Líder da seleção brasileira em outras temporadas, Robinho ficou de fora da última convocação do técnico Mano Menezes.

Acompanhe tudo sobre:EsportesFutebolJogadores de futebolSetor de esportes

Mais de Casual

O dia em que joguei tênis na casa do Ronaldo Fenômeno

Torra fresca: novidades para quem gosta de café

Leilão de relógios de luxo tem Rolex com lance a partir de R$ 50

O carro mais desejado do Brasil até R$ 150 mil, segundo ranking EXAME Casual