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Decisão sobre Pistorius adiada e investigador é afastado

Um novo chefe de investigação foi nomeado para o caso Pistorius, em substituição a Hilton Both


	Detetive da polícia sul-africana Hilton Botha: já desestabilizado pela defesa de Pistorius na quarta-feira, o policial Botha demorou a comparecer à audiência nesta manhã.
 (Stephane de Sakutin/AFP)

Detetive da polícia sul-africana Hilton Botha: já desestabilizado pela defesa de Pistorius na quarta-feira, o policial Botha demorou a comparecer à audiência nesta manhã. (Stephane de Sakutin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 12h56.

Pretoria - A acusação contra Oscar Pistorius voltou a ser enfraquecida nesta quinta-feira com o anúncio da substituição do chefe dos investigadores do caso, acusado de sete tentativas de assassinato, o que não impediu o juiz de questionar o comportamento do atleta paralímpico sul-africano.

Um novo chefe de investigação foi nomeado para o caso Pistorius, em substituição a Hilton Botha, anunciou a diretora da Polícia Nacional Sul-Africana, Riah Phiyega.

"Reconhecemos a importância e gravidade do caso", declarou à imprensa ao anunciar a nomeação de um oficial da polícia para investigar o assassinato da modelo Reeva Steenkamp pelo namorado, o atleta paralímpico Oscar Pistorius.

Pistorius atirou quatro vezes em sua namorada, em 14 de fevereiro. Ele afirma que foi um acidente, ao confundi-la com um bandido escondido em seu banheiro.

Enquanto o juiz deve decidir apenas nesta sexta-feira se concederá liberdade sob fiança ao acusado, a investigação policial parece cada vez mais questionada.

O processo contra Hilton Botha tinha sido temporariamente suspenso, mas "após a conclusão do inquérito, o caso voltou à Procuradoria" e "recebemos ontem (quarta-feira) a decisão e, com base nisso, consideramos necessário transferir a investigação sob a direção do tenente-general Moonoo", indicou Phiyega.


Botha é acusado de tentativa de homicídio por ter atirado, em estado de embriaguez, contra um táxi para obrigá-lo a parar em 2009.

O porta-voz da Promotoria, Bulelwa Makeke, manifestou a sua satisfação após o afastamento de Hilton Botha do caso: "É do interesse da credibilidade da justiça", disse à AFP.

Já desestabilizado pela defesa de Pistorius na quarta-feira, o policial Botha demorou a comparecer à audiência nesta manhã, o que provocou uma longa suspensão da sessão.

O advogado de Pistorius, Barry Roux, apontou na audiência da véspera, um por um, todos os erros da investigação.

Roux criticou os investigadores porque não protegeram os pés para caminhar na cena do crime, por não terem verificado as ligações telefônicas do acusado e por não terem visto uma cápsula que caiu no vaso sanitário.

Quanto à tese de uma briga entre Oscar e Reeva, "é pura especulação", defendeu Barry Roux, criticando as incoerências de horários nos testemunhos dos vizinhos, acrescentando que se o seu cliente tivesse a intenção de matar Reeva, "ele poderia ter feito não importa onde".

"Não há provas de que ele sabia que Reeva estava no banheiro", sustentou.

Pistorius afirma que sua namorada se levantou no momento em que ele saiu para pegar um ventilador na varanda. Ao retornar, ele diz que ouviu um barulho no banheiro e acreditou se tratar de um bandido. Ele assegura que se deu conta de que ela estava no banheiro apenas depois de atirar.


A necrópsia mostrou que não havia nenhum traço de urina na calcinha da jovem, um detalhe que corrobora a versão do atleta, de acordo com o seu advogado.

O juiz Desmond Nair, no entanto, não deixou de interrogar o acusado. Ele perguntou por que Pistorius não se incomodou com silêncio de Reeva quando lhe pediu para chamar a polícia para denunciar o roubo.

Ele também mencionou um incidente recente em um restaurante de Johnnesburgo, quando Pistorius disparou um tiro em público: "Há indícios de que o acusado estava preocupado após o tiro e que teria pedido a alguém para assumir a culpa" em seu lugar.

A Promotoria, que segundo a lei sul-africana também representa a parte civil, retomou a sua instrução, ressaltando que "nenhum tribunal iria acreditar que Pistorius havia agido em legítima defesa" e que o acusado estava "pronto para atirar e que queria matar".

A acusação destaca a propensão para a violência do atleta, descrito como ansioso, agressivo e um amante das armas.

Também considera suspeito que Pistorius foi capaz de correr para pegar sua arma debaixo da cama, passando duas vezes ao lado de onde sua amada dormia sem vê-la. "Você quis protegê-la, mas você nem olhou para ela?", ironizou.


O julgamento está previsto para daqui a vários meses. Mas a defesa já se prepara. Por enquanto, apenas a decisão de libertação sob fiança é esperada.

Diversos patrocinadores deixaram o atleta, incluindo a Nike nesta quinta-feira. Ainda assim, a agência de relações públicas que trabalha para Pistorius reorganizou o site do atleta.

O juiz deve pesar os riscos de distúrbios à ordem pública, mas também o risco de fuga, enquanto alguns denunciam um possível tratamento preferencial para o atleta, que pode querer escapar das duras condições carcerárias na África do Sul.

A acusação insistiu que Pistorius tem uma "casa" em Gênova, na Itália. Mas o seu treinador Ampie Louw disse à AFP que esta propriedade era uma pista de corrida com um ginásio disponível para esta cidade italiana, com um hotel anexo.

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