Vingadores: Era de Ultron marca o final da segunda fase do Universo Cinematográfico da Marvel, que começou oficialmente em 2008, com o lançamento do primeiro Homem de Ferro.Até então, a empresa licenciava seus personagens para outros estúdios, como a Fox (dona dos diretos dos X-Men e Quarteto Fantástico) e a Sony (caso do Homem Aranha). Mas, depois do sucesso das adaptações dos mutantes e do cabeça de teia para o cinema, a Marvel decidiu produzir os próprios filmes por um estúdio próprio.Sete anos e 7,1 bilhões de dólares em bilheteria depois, os dez filmes lançados já formam um universo próprio, no qual todos os filmes tem conexão entre si, inspirando empresas concorrentes a lançarem seus próprios mundos cinematográficos (Harry Potter, Caça-Fantasmas, Transformers e Lego devem ganhar seus próprios universos no cinema nos próximos anos).Na semana de estreia de Era de Ultron, a INFO resolveu fazer o ranking definitivo dos melhores e piores filmes produzidos pelo Marvel Studios:

O segundo filme do Deus do Trovão é o pior produto do universo cinemático da Marvel. Apesar de trazer de volta tudo o que funcionou no primeiro episódio (a química entre Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, além do bom humor), O Mundo Sombrio tropeça em uma história entediante e um vilão que aparece em alguns poucos minutos.Apesar de uma boa cena final, com uma luta que acontece em várias dimensões, o segundo Thor talvez seja o único filme realmente ruim da Marvel.

Segundo filme do gigante verde no cinema, "O Incrivel Hulk" é muito confuso, culpa da briga entre o protagonista Edward Norton, que decidiu reescrever o roteiro durante as filmagens, e o diretor Louis Leterrier.Apesar disso, o filme tem qualidades: a divertida primeira metade, no qual Banner é um fugitivo (no Brasil!), funciona muito bem, além do bom trabalho do elenco, com destaque para o vilão feito por Tim Roth.Mas a sensação de que falta alguma coisa é persistente durante todo o filme, culminando na desastrosa sequência final, uma luta irreal entre dois monstrengos, que acabamos esquecendo ainda durante os créditos finais.

Homem de Ferro 2 é uma grande decepção, mais pelas altas expectativas geradas do que por ser efetivamente ruim. A única evolução em relação ao filme original são os vilões: no lugar do inexpressivo executivo vivido por Jeff Bridges, entram Mickey Rourke como um presidiário russo que odeia a família Stark e Sam Rockwell, como um playboy (e engraçadíssimo) rival de Tony.O problema é que, apesar dos bons personagens, o roteiro do filme nunca consegue torná-los em uma ameaça ao Homem de Ferro, o que se reflete nas quase inexistentes sequências de ação. Mas o carisma de Robert Downey Jr. e a chegada de Scarlett Johanson como a Viúva Negra conseguem salvar o filme de um desastre.

Se Thor fosse um fracasso de público e crítica, é possível que o filme dos Vingadores nunca tivesse saído do papel. Afinal, a reunião dos heróis da Marvel precisava de pelo menos mais um personagem comprovadamente rentável, além do Homem de Ferro, principalmente após o fracasso de Incrível Hulk nas bilheterias. Felizmente, tudo deu certo.Apesar de algumas coisas desnecessárias (como os cenários bregas, a participação do Gavião Arqueiro e um final esquecível), Thor foi um sucesso, especialmente por encarar com bom humor o universo de deuses e mitos nórdicos. Além disso, o filme é responsável pelo surgimento de duas estrelas: o espetacular Tom Hiddleston como o vilão Loki (talvez o melhor personagem da Marvel no cinema) e o carismático Chris Hemsworth como o protagonista.Se alguém duvidava que um filme sobre deuses no espaço pudesse dar certo, a química da dupla principal fez com que as coisas saíssem muito melhor do que se imaginava.

Apesar de repetir os melhores elementos do primeiro filme (o bom humor e a dinâmica entre o mega-grupo de heróis) e apostar no amadurecimento dos personagens, Era de Ultron tropeça no vilão que dá título ao filme, cansativo e banal, e no fiapo de história, que é uma desculpa para colocar os heróis em batalhas que parecem não ter fim.Claro que ainda é divertido acompanhar as aventuras dos Vingadores na telona, mas a sensação de decepção com o último filme do Universo Marvel nos cinemas é o que sobra depois que a luz da sala de cinema acende.

O terceiro episódio do Homem de Ferro nos cinemas é um dos filmes mais ousados da Marvel na tela grande: Homem de Ferro 3 praticamente ignora as regras das adaptações de super-heróis e consegue se sair bem demais por isso.O diretor Shane Black entendeu que a melhor coisa da franquia é Downey Jr. e decidiu colocá-lo fora do uniforme o maior tempo possível. Apesar disso, tem ótimas sequencias de ação, como o resgate do Air Force One.Mas o melhor elemento do filme é seu desrespeito saudável ao cânone da editora: o arco do Mandarim é um dos momentos mais deliciosos do universo Marvel no cinema. 

O universo Marvel cresceu com adaptações baseadas no bom humor e na ironia. Como fazer o Capitão América, um personagem patriótico e ingênuo funcionar na telona? Transformar Capitão América: O Primeiro Vingador em um filme de época.Inteiramente passado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme é acompanha Steve Rogers desde sua época de cabo magricela e faz sua transformação em um supersoldado ser algo comovente (ajudado pelo ótimo elenco de Chris Evans, Tommy Lee Jones, Stanley Tucci e a incrível Hayley ´Peggy Carter´ Atwell, que ganhou uma série solo neste ano).O ar retro também faz de O Primeiro Vingador um elemento único no universo Marvel, em uma época que os filmes de super-herói são todos parecidos. Apesar do final um tanto piegas, o filme é um dos mais divertidos da Marvel. 

Sejamos sinceros: as chances de Os Vingadores dar errado eram grandes. A união das quatro franquias existentes do estúdio em um mega-filme, o grande número de personagens e histórias diferentes, e o comando de Joss Whedon (um veterano da televisão, mas apenas em seu segundo filme) poderiam dar muito errado. Mas deu muito certo.Com muito humor, drama na medida certa e ação que parece sair de uma história em quadrinhos, tudo se encaixa (incluindo um ótimo Mark Ruffalo fazendo sua estreia como o Hulk). Não a toa, Os Vingadores é o campeão de bilheteria do Marvel Studios e terceiro filme mais assistido da história, arrecadando mais de 1 bilhão de dólares no planeta.

O filme que serviu de ponto de partida para o universo cinematográfico da Marvel funciona por causa de um elemento: Robert Downey Jr. Não que o resto seja um desastre: o roteiro é ágil, engraçado e serviu de matriz para os filmes seguintes da empresa.Mas o show é de Downey Jr., em um papel que revitalizou sua carreira. Antes visto como um alcoólatra problemático, o interprete de Tony Stark se transformou no ator mais bem pago do planeta. Seu carisma fez a empresa entender que filmes são feitos com personagens e não apenas efeitos especiais e explosões. A Marvel deu certo no cinema por causa de Homem de Ferro.

Depois de fazer um filme de época, como seguir em frente com o Capitão América? A Marvel não bobeou e apostou em outro filme de gênero. Agora no terreno do thriller político, Steve Rogers deixa de lutar na Europa durante a Segunda Guerra Mundial para correr e pular nos escritórios da S.H.I.E.L.D. nos tempos atuais.Adulto, cheio de reviravoltas e discussões muito atuais, O Soldado Invernal marca o começo do amadurecimento do Universo Marvel. Não fosse o vilão que dá nome ao filme, nulo e inexplicável, o segundo Capitão América estaria na primeira posição da lista.

Ninguém sabia muito bem o que esperar de Guardiões da Galáxia. A máquina de propaganda da Marvel havia funcionado muito bem para quase todos os filmes lançados por ela até então, mas a adaptação de alguns dos personagens mais desconhecidos da empresa parecia uma aposta muito arriscada.Protagonizado por Chris Pratt, ator mais conhecido por um papel coadjuvante em uma série de televisão, e estrelado por um grupo de foras-da-lei espaciais, incluindo um ladrão, um assassino cruel, um capanga, um guaxinim desbocado e uma árvore que fala apenas três palavras, Guardiões da Galáxia tornou-se o maior sucesso de bilheteria nos Estados Unidos em 2014.Guardiões também é o melhor filme da Marvel, ao misturar a aventura e bom humor dos filmes da empresa com a ação espacial de Star Wars e a aventura de Indiana Jones. A cereja do bolo é a trilha sonroa, com músicas dos anos 1970 e 1980, que já nasceu clássica.Se os próximos filmes da Marvel ao menos se inspirarem em Guardiões da Galáxia, os fãs podem ficar tranquilos.