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Das quadras às clínicas: médicos expandem centro de medicina esportiva

Como cinco amigos, todos estudantes de medicina e esportistas, montaram uma sociedade e hoje são sócios de uma das mais conceituadas clínicas de medicina do país, o Vita

Uma das unidades das clínicas Vita, no Morumbi. (Instituto Vita/Divulgação)

Uma das unidades das clínicas Vita, no Morumbi. (Instituto Vita/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 16h10.

Antes do jaleco, veio o kimono de judô na vida de Wagner Castropil. Médico ortopedista, foi campeão brasileiro de Judô e atleta olímpico na modalidade. Além disso, o esporte foi o que uniu os colegas de faculdade, e com a formatura e as afinidades em comum pelo esporte, os médicos esportistas se especializaram em ortopedia e fundaram o Vita, centro de referência em tratamentos para atletas e não atletas, e através do Instituto Vita, que atende gratuitamente esportistas. Em entrevista à Casual, Castropil conta sobre sua trajetória no esporte, na medicina, e os planos da sociedade. 

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A trajetória de Castropil no esporte começou ainda na infância, ao praticar diversos esportes e escolher o judô como a categoria preferida. O que era somente um exercício, se tornou uma carreira. Enquanto cursava medicina, o então estudante começou a se dedicar ainda mais no esporte para competir em jogos universitários. Os treinos se tornaram mais frequentes, assim como as vitórias, como quando se sagrou campeão brasileiro em 1984, e decidiu ir atrás do ouro olímpico em 1992, em Barcelona

Durante os encontros da atlética da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo, Castropil fez amizade com outros colegas do curso. “O Henrique Cabrita jogava rúgbi, o Márcio Freitas, futebol, o Breno Schor, ginástica artística e o Alexandre Sadao, baseball e futebol”, relembra. Formados e especialistas na área da ortopedia, o grupo decidiu inaugurar a clínica Vita, em 2000, voltada para o atendimento de patologias ortopédicas, para atletas e não atletas. Desde então, a clínica se expandiu e já são mais de 12 unidades em São Paulo, incluindo três nos hospitais Sírio Libanês Itaim, Albert Einstein Morumbi e Alphaville.

O médico ortopedista e ex-judoca Wagner Castropil. (Instituto Vita/Divulgação)

Para os próximos anos a previsão é dobrar o número de clínicas, para estarem cada vez mais perto dos pacientes. “Queremos expandir para a grande São Paulo, para levar o nosso modelo de atendimento integrado”, conta Castropil. 

O grande diferencial do atendimento, são os médicos atletas. Com o judô, Castropil passou por cirurgias no ombro, que na época, escutou dos médicos que não teria a capacidade de retomar os treinos como antes. “Eu sei como uma fala dessas afeta a mente de um atleta. Eu sou verdadeiro com os meus pacientes sem mentir, sei que eles conseguirão voltar ao esporte. A medicina tem condições para trazer a mobilidade, através da ortopedia e da fisioterapia. No Vita temos especialistas em diferentes partes do corpo, com técnicas apuradas à reabilitação”.

Ainda que 70% dos pacientes que procuram o Vita não são atletas, o médico conta que esta sempre foi a proposta do grupo. “Nossa meta é levar o conhecimento da ortopedia do esporte para todas as pessoas, inclusive para quem não pratica. Da mesma forma que tudo o que é feito para a Fórmula 1 é revertido para os carros convencionais, quase tudo o que é desenvolvido para o atleta de alta performance, pode ser revertido para o cidadão comum”, explica Castropil.

Assim surgiu o nome Vita, para as clínicas, “queremos que as pessoas tenham vitalidade, e não gostaríamos de ligar a clínica às doenças”. Mais que um desejo, desde a abertura da clínica, os médicos passaram a dedicar parte de suas agendas para atender atletas que não têm condições de bancar o tratamento. Esses atendimentos cresceram, até que chegou o momento de expandirem as consultas e tratamentos gratuitos, assim, em 2004, o Instituto Vita foi oficialmente criado como entidade jurídica, delimitando o público-alvo: atletas de alto rendimento de todas as modalidades, carentes de assistência ortopédica e fisioterapêutica especializadas.

Desde então, quase 4 mil atletas já passaram pelo Instituto, “dos quais a maioria são jogadores de futebol, por estarmos no Brasil, e lutadores de jiu jitsu, judô e MMA”, revela o médico. Atualmente são atendidos 35 bailarinos e bailarinas do Ballet Paraisópolis. Wagner conta que a parceria com o projeto de Ballet se iniciou com o time de rúgbi de Paraisópolis, que indicou os dançarinos ao Instituto. 

Para as Olimpíadas de Tóquio deste ano, quase um quarto dos atletas brasileiros serão atendidos pela clínica. “Os atletas ficaram um ano sem preparação, e agora estão retomando o ritmo para os jogos. Esta edição não será diferente para nós, que contamos com os médicos ortopedistas Breno Schor, Antonio Garofo e Mateus Saito no Comitê Olímpico do Brasil”, finaliza o ortopedista olímpico.

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