Varanda do Villa Jacarandá, perto de Itu (SP) (Divulgação/Divulgação)
Daniel Salles
Publicado em 11 de março de 2021 às 14h35.
Última atualização em 11 de março de 2021 às 14h40.
Foi o pai de Milton Freitas, João Tiago de Freitas, que o aproximou do mundo dos negócios. Fundador da mítica Love Story, no centro paulistano, cuja falência foi decretada em fevereiro, e ex-gerente de outras casas do gênero, o segundo costumava incumbir o filho, na adolescência, da seguinte missão: ir atrás, nos finais de semana, dos clientes cujos cheques haviam sido devolvidos, em geral por excesso de álcool na hora da assinatura. Sempre de sapato, calça e camisa social, Milton tirava a tarefa de letra – até a mais desconfiada das esposas era incapaz de suspeitar que aquele rapaz estava ali por causa de uma farra clandestina do marido.
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Milton começou a trabalhar aos quinze anos, como office boy da Gessy Lever. Em 2003, ingressou na Telemar, futura Oi, gerenciando apenas contas estratégicas de gigantes como Ambev e Pepsico. Doze anos depois, quando foi demitido – a pedido dele, para se fixar na gastronomia –, cuidava somente da Itaúsa, a holding que controla o banco Itaú, entre outras empresas. Respondeu pela conta por oito anos. No início, ela rendia 2 milhões de reais ao ano, multiplicados por Milton para 250 milhões de reais.
Em 2011, após se separar de Norma Silveira, com quem teve dois filhos, recorreu à terapia para lidar melhor com seu novo relacionamento, com o engenheiro eletrônico Alessandro Tagliari. Sessão vai, sessão vem, concluiu que um projeto em comum faria bem ao novo casal (na companhia dos filhos e de Alessandro, Milton resumiu sua trajetória familiar no programa Amor & Sexo, da TV Globo).
Em 2012, ele arrematou 70% da trattoria Antonietta, em Higienópolis, depois adquirido por completo. Uma de suas primeiras medidas foi renegociar as dívidas bancárias, de cerca de 500 mil reais (ele diz ter quitado com 70 mil reais). Três anos depois, veio um reconhecimento e tanto: o Antonietta foi laureado pelo guia Michelin com o selo Bib Gourmand, que indica ótima relação custo-benefício. Logo depois, comprou, por mais de 1 milhão de reais, o Jacarandá, em Pinheiros, que dispõe de um bar no subsolo, o Raíz.
E o restaurateur não parou por aí: comprou o boteco japonês Taka Daru, no Baixo Pinheiros, o Solo Cozinha & Bar, em Pinheiros, de que logo se desfez por não ter poder majoritário (comprou exatos 50%), e o antigo Obá, nos Jardins.
Nas mãos de Freitas, esse último mudou de nome várias vezes. Primeiro de Obá para Obá Mamuang Thai House, para se aproximar da culinária tailandesa. Depois, para Mamuang Thai House, para facilitar a vida dos clientes. Não deu certo e o endereço acabou transformado em um bar, o Candeeiro, especializado em drinques com cachaça e petiscos brasileiros. Também não deu certo e virou uma filial do Antonietta. Que, com a pandemia, acabou ganhando um ponto final, assim como o Taka Daru. “Precisei demitir 70 funcionários”, declarou o restaurateur.
Mas ele não jogou a toalha. Nas últimas semanas, inaugurou mais um restaurante, o Villa Jacarandá. Esse ocupa um agradável salão avarandado na Fazenda Tucunduva, situada nos arredores de Itu, no interior de São Paulo. O menu lista entradas como burrata ao molho de tomate defumado (52 reais) e pratos principais como ojo de bife com purê de batatas rústicas (94 reais). Também com mesas espalhadas por um gramado que ladeia um lago, a novidade convida a longas refeições de fim de semana em família. Para uma imersão completa, a Fazenda Tucunduva dispõe de chalés para hospedagem (fazendatucunduvaitu.com.br).
Vila Jacarandá: Rod. Dom Gabriel P. B. Couto, Km 92,5, Cabreúva, São Paulo. jacarandabr.com.br