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Cresce o número de casamentos organizados só por mulheres

Para muitos, a seleção de fornecedores é uma parte fundamental da realização de seus planos

Casamentos: cresce tendência de buscas fornecedoras para a cerimônia (Cinqtours/Divulgação)

Casamentos: cresce tendência de buscas fornecedoras para a cerimônia (Cinqtours/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 15 de março de 2020 às 07h00.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 16h46.

Para muitos casais que estão planejando um casamento, a seleção de fornecedores é uma parte fundamental da realização de seus planos. Eles procuram aqueles que compartilham seu estilo, sua personalidade amigável e sua ética de trabalho. Mas para Maya Kachroo-Levine, de 28 anos, e Wyatt Cain, de 29, que vão se casar em 2 de maio de 2020 em San José del Cabo, no México, há critérios adicionais quando se trata da seleção de fornecedores: a empresa deve ser propriedade de mulheres.

Eles elaboraram esse plano enquanto escolhiam um anel de noivado em um evento pop-up da designer de joias Anna Sheffield. "A mulher que estava trabalhando lá era tão apaixonada, tão divertida. Por isso tivemos essa ideia: 'Por que não usamos apenas mulheres para nosso casamento?'", disse Kachroo-Levine, jornalista freelancer e redatora em Los Angeles.

Eles contam que também foi bom gastar seu dinheiro com as empreendedoras.

"Toda a minha equipe de casamento é formada por mulheres fortes e fabulosas. Elas são todas muito inteligentes e se importam profundamente. São divertidas e têm um olho muito bom no preparo de uma experiência. Eu não poderia ter escolhido pessoas melhores", disse Kachroo-Levine.

Kachroo-Levine pediu à estilista Nayantara Banerjee, em Los Angeles, que criasse seu vestido de noiva com tecido produzido de forma sustentável, que escolheram juntas. O casamento será realizado na Flora Farms, fazenda e restaurante boêmio de propriedade feminina, cheio de luzinhas e móveis de madeira. Na noite anterior ao casamento, os hóspedes jantarão na Casa Natalia, um hotel butique de 18 quartos cheio de arte local que foi aberto por uma belga que agora vive em Cabo.

Foram-se os dias em que os casais escolhiam contratar pessoas exclusivamente baseados em sua oferta ou localização. Agora, muitos noivos escolhem empresas com base em suas origens e propriedade. E, como Kachroo-Levine e Cain, muitos querem apoiar empresas femininas.

Para alguns casais, trata-se de usar o poder de sua bolsa para apoiar empreendedoras que historicamente tiveram menos oportunidades. Outros simplesmente se sentem mais confortáveis trabalhando com mulheres. Em alguns casos, eles estão até pagando mais para trabalhar com empresárias independentes em vez de entidades corporativas maiores.

"O consumismo consciente está em ascensão em todos os setores, e estamos vendo isso nos casamentos também. Uma festa de casamento pode ser um gasto muito grande, portanto cada vez mais estamos vendo a próxima geração tentando descobrir como pode aproveitar a pegada social de sua festa de casamento", disse Kristen Maxwell Cooper, editora-chefe da Knot.

AVISO Some engaged couples who are aiming for a more socially conscious wedding are putting their spending power to good use by supporting local, women-owned businesses. (Ceci Bowman/The New York Times) -- NO SALES; FOR EDITORIAL USE ONLY WITH NYT VENDORS-KRUEGER-ART-BSPR-022520 BY ALYSON KRUEGER FOR FEB. 25, 2020. ALL OTHER USE PROHIBITED.

Casamentos: cresce tendência de buscar somente fornecedores mulheres (Ceci Bowman/Divulgação)

Quando Veronica Wells-Puoane, de 32 anos, editora de cultura da MadameNoire, uma publicação de estilo de vida para mulheres negras, planejou sua cerimônia com Soils Tshepo Puoane, de 34, músico e professor de música, em 17 de agosto de 2019 em Avon, Indiana, ela decidiu trabalhar com fornecedoras e com empresas pertencentes a negros.

"Acho os casamentos muito caros. Se você vai gastar dinheiro, sinto que é importante gastar com a comunidade e com pessoas que não têm tantas oportunidades", disse Wells-Puoane, que também é uma das fundadoras do Upton Underground Market, um mercado para empreendedoras negras.

Em março de 2019, o Yelp lançou uma iniciativa em que as empresas poderiam marcar seus negócios como de propriedade feminina. Até o momento, mais de 70.000 empresas nos Estados Unidos o fizeram. Usuários que escrevem os comentários gostaram da ideia, disse Miriam Warren, vice-presidente de engajamento, diversidade e pertencimento da empresa.

"Estamos vendo uma tendência nos comentários, que também mencionam se uma empresa é propriedade de uma mulher. Isso aumentou 20% desde o ano passado e 54% em comparação a cinco anos atrás. As pessoas querem poder defender negócios. Querem que todos saibam para onde vai seu dinheiro", disse Warren.

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