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Cotidiano da extinta União Soviética ganha mostra no Rio

Mostra A União Soviética através da Câmera reúne cerca de 200 imagens em preto e branco que documentam o período que vai de 1956 a 1991

Mostra no Rio: seleção de fotos enfatiza a estética do período, abordando temas de grande importância histórica para o entendimento do regime soviético (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mostra no Rio: seleção de fotos enfatiza a estética do período, abordando temas de grande importância histórica para o entendimento do regime soviético (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 07h11.

A vida cotidiana da extinta União Soviética, retratada por seis fotógrafos de renome internacional, alguns deles lidando com os limites impostos pela censura do regime comunista, pode ser vista em uma exposição inaugurada na noite de hoje (14) no Paço Imperial, no centro do Rio.

Realizada em parceria com o Museu Oscar Niemeyer (MON), de Curitiba, a mostra A União Soviética através da Câmera reúne cerca de 200 imagens em preto e branco que documentam o período que vai de 1956, ano em que Nikita Khruschev denunciou os crimes cometidos por Josef Stalin, a 1991, quando o Estado soviético se dissolveu e as 15 repúblicas que o formavam se tornaram independentes.

Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, a seleção de fotos enfatiza a estética do período, abordando temas de grande importância histórica para o entendimento do regime soviético, como educação, saúde, esporte, moda, juventude comunista, cultura, ciência e indústria.

Os seis fotógrafos são Vladimir Lagrange, Leonid Lazarev, Vladimir Bogdanov, Yuri Krivonossov, Victor Akhlomov e Antanas Sutkus.

'Lagrange e Lazarev continuam na ativa, são nomes de referência na fotografia contemporânea russa. Krivonossov e Bogdanov são mais conhecidos pelo que fizeram na era soviética, trabalhando para publicações oficiais», explicou a curadora Maria Vragova, produtora cultural russa radicada no Brasil.

Falecido este ano, Victor Akhlomov foi um dos mais famosos fotojornalistas da antiga União Soviética e da Rússia atual, premiado quatro vezes pelo World Press Photo e detentor do maior prêmio fotográfico de seu país, o Olho Dourado.

Já o lituano Antanas Sutkus é considerado um dos mais expressivos fotógrafos da atualidade, além de fundador de uma escola de fotografia que deu grande impulso a essa arte nos países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia).

Antanas Sutkus foi o fundador da escola de fotografia na Lituânia, dando assim um grande impulso à fotografia em todos os países bálticos.

Durante o período soviético, a maior parte da produção fotográfica de Sutkus foi logo para os arquivos, sem nem mesmo ser mostrada ao público.

«Sutkus guarda um acervo de mais de um milhão de negativos, produzidos entre os anos 50 [1950] e 90 [1990]. São fotos que ele não revelava porque sabia que seriam censuradas.

Na exposição, temos algumas dessas imagens que não foram exibidas», contou Maria Vragova. Hoje, exposições por todo o mundo são consagradas à obra do fotógrafo lituano, que integra o acervo de museus prestigiados, como o Victoria e Albert Museum, de Londres ; o Nicephore, de Nice (França) ; o Museu de Fotografia, de Helsinki ; e o Instituto de Arte de Chicago.

A exposição A União Soviética através da Câmera fica em cartaz até 25 de fevereiro de 2018 e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 12h às 18h, com entrada franca. O Paço Imperial fica na Praça XV de Novembro, 48, no centro do Rio.

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