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Coronavírus se espalha na Coreia do Sul e BTS cancela shows

A banda, um dos atuais fenômenos musicais no mundo, tinha quatro datas agendadas no Estádio Olímpico de Seul para promover seu álbum

BTS: grupo é o primeiro a alcançar o topo das vendas nos Estados Unidos e Grã Bretanha (Cindy Ord / Equipe/Getty Images)

BTS: grupo é o primeiro a alcançar o topo das vendas nos Estados Unidos e Grã Bretanha (Cindy Ord / Equipe/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 12h33.

O grupo sul-coreano de K-pop BTS anunciou, nesta sexta-feira (28), o cancelamento de seus shows agendados para abril em Seul, devido ao surto do novo coronavírus que se espalha pelo país.

Nas últimas 24 horas, a Coreia do Sul registrou quase 600 novas infecções.

A banda de sete meninos, um dos atuais fenômenos musicais no mundo, tinha quatro datas agendadas no Estádio Olímpico de Seul para promover seu último álbum, "Map of the Soul: 7".

Mais de 200.000 fãs eram esperados para as quatro apresentações no estádio que sediou os Jogos de 1988, informou em comunicado a Big Hit Entertainement, que agencia a banda.

O BTS é o primeiro grupo de K-pop a alcançar o topo das vendas nos Estados Unidos e Grã Bretanha.

A Big Hit Entertainement explicou que o cancelamento era "inevitável", porque "neste momento é impossível prever a magnitude da epidemia". Esse cenário gera muita incerteza logística para a organização dos shows, assim como para os espectadores, acrescentou.

"Devemos levar em conta a saúde e a segurança de centenas de milhares de espectadores e dos artistas", acrescentou.

Muitas atividades culturais e esportivas foram canceladas, ou adiadas, na Coreia do Sul, em função da epidemia. Entre elas, está o Mundial de Tênis de Mesa por Equipes.

Hyundai paralisada

A retomada das aulas após as férias também foi adiada.

Com 28.500 soldados estacionados na península, os Estados Unidos adiaram os exercícios militares conjuntos com seu aliado sul-coreano.

A Hyundai Motor, quinta montadora do mundo, e sua subsidiária Kia suspenderam as atividades de uma de suas fábricas em Ulsan (sudeste), onde um de seus funcionários testou positivo para o coronavírus, relatou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O grupo já havia suspendido sua produção há algumas semanas, devido à escassez de peças chinesas, outra consequência da epidemia.

A Coreia do Sul registrou 571 novos casos, o que elevou para 2.337 o número de contaminados, o maior para um único país, depois da China. O país registra 13 óbitos até o momento.

Mais de 90% dos novos casos foram registrados em Daegu, a quarta maior cidade do país, e na província vizinha de Gyeongsang do Norte.

É provável que o balanço aumente, já que as autoridades começarem a testar mais de 275.000 fiéis da Igreja Shincheonji de Jesus, localizada em Daegu. Essa seita está diretamente ligada a pelo menos metade dos casos no país.

O prefeito de Daegu, Kwon Young-jin, disse que o número total de casos na cidade pode chegar a 3.000, noticiou a agência Yonhap.

Muitas estradas desta cidade de 2,5 milhões de habitantes estão desertas, e lojas e restaurantes fecharam as portas.

As autoridades pedem que a população permaneça em casa, se apresentar sintomas. Por enquanto, porém, a 12ª economia mundial não contempla qualquer cordão sanitário, como a China fez com Wuhan, epicentro do novo coronavírus.

A Coreia do Sul possui um sistema médico de ponta, uma imprensa livre e uma cultura de transparência, o que explica - segundo os observadores - o alto nível de contágio. Mais de 68.000 pessoas já foram testadas.

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