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Coronavírus: o que fazer se está com viagem marcada para Europa e Ásia

Casos aumentaram na China e na Itália; entenda como turismo fica diante do surto de coronavírus

Coronavírus: entenda o que fazer se estiver com viagem marcada (Amanda Perobelli/Reuters)

Coronavírus: entenda o que fazer se estiver com viagem marcada (Amanda Perobelli/Reuters)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 15h23.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 18h01.

São Paulo - Para além dos efeitos negativos diretos na economia mundial e nas bolsas de valores ao redor do mundo, o surto do coronavírus SARS-CoV-2 que começou na China tem afetado a indústria do turismo. Ao redor do mundo, consumidores já estão preocupados com férias marcadas na Ásia (principalmente China e Coreia do Sul) e na Europa (onde os casos cresceram no norte da Itália). 

O departamento de saúde do governo britânico tem alertado turistas do país que tomem medidas preventivas extras caso viajem para qualquer país, mas principalmente China, Camboja, Irã, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Tailândia e norte da Itália, entre outros.

As recomendações são que idosos e pessoas que já tenham alguma doença redobrem a atenção, pois, caso se infectem com o novo vírus, a chance de desenvolverem infecções graves é maior. Outra dica é que os turistas chequem os valores de seus seguros de viagem que cobrem internações e gastos farmacêuticos. Com o surto do coronavírus, a tendência é que alguns seguros fiquem mais caros.

Sobre a alimentação, países tem alertado turistas para evitarem pratos com carne crua ou mal-passada, incluindo carne de porco, vaca e pratos com carne de pato - este último muito tradicional na China.

Por fim, há a recomendação de que, caso o turista perceba algum sintoma que se pareça com resfriado ou gripe, se isole imediatamente e procure ajude médica. No Reino Unido, por exemplo, o governo tem avisado turistas que, durante a reentrada no país, podem ser questionados para que passem um período em isolamento de catorze dias, mesmo que não estejam apresentando sintomas.

Desistência de viagem

    Ainda não há posicionamento definitivo vindo de companhias áreas ao redor do globo sobre a Itália. Nenhuma delas garantiu que promoverá reembolsos caso o cliente desista da viagem por conta do receio ao coronavírus. O melhor a fazer é, antes da viagem, consultar a companhia aérea ou agência de viagem em questão e checar se nenhuma rota foi cancelada por causa do surto.

    Nesse caso, se a rota tiver sido paralisada por questões de segurança, então certamente os clientes afetados serão devidamente recompensados com reagendamentos ou reembolsos. A Cathay Pacific, por exemplo, suspendeu até 28 de março diversas rotas para a Itália, incluindo Roma e Milão. Do contrário, cada cliente precisará tentar negociar uma alternativa diante da desistência da viagem.

    A aérea italiana Alitalia, diante de uma greve de controladores de voo e funcionários, tem cancelado diversas voos e rotas e readequando horários. Passageiros com viagem marcada via Alitalia devem consultar a empresa para entender como a viagem será afetada.

    Como o caso é mais grave na China, em especial na província de Wuhan, é muito provável que turistas com viagem marcada para o local consigam reembolsos mais facilmente. Companhias aéreas já têm trabalhado nesse sentido, uma vez que, desde janeiro, a situação tem se agravado no país.

    No Brasil, o Procon-SP, vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, orienta viajantes com passagens aéreas ou pacotes turísticos marcados para Itália, China ou outro países com casos comprovados da doença que procurem o órgão caso desejem cancelar ou postergar a viagem. Como não há previsão legal nesse caso, cada consumidor precisa negociar uma alternativa com a companhia aérea, hotel ou agência de viagem, mas a empresa não pode se recusar a oferecer alguma alternativa. 

    Durante o voo

    Há diversos mitos sobre a propagação de vírus e bactérias em aviões. Segundo especialistas, usar a famosa máscara para tampar boca e nariz não é eficaz. Além de não ser comprovado que a máscara protege com eficiência de vírus e bactérias, o uso dela por horas a deixa úmida, criando ambiente propício para crescimento de micro-organismos. Outro mito é que, por ser um local fechado, o ar da aeronave ajudaria a propagar doenças. Na verdade, o ar circula e é reciclado a todo momento, então está mais "fresco" que o ar dentro de uma sala, por exemplo.

    As medidas mais eficazes são higienizar as mãos com bastante frequência e evitar tossir protegendo a boca com a mão ou braço. O ideal é tossir ou espirrar com algum pano que possa ser descartado logo em seguida. Além disso, um estudo da Universidade de Emory, nos EUA, mostrou que é mais seguro sentar em poltronas na janela, não no corredor. Isso porque passageiros que se  sentam na janela tendem a levantar menos durante o voo e ter menos contato com outros passageiros. Assim, a chance de contaminação é menor que aqueles que se sentam no corredor e interagem com mais pessoas, seja por toque, fala ou idas ao banheiro. 

    Efeitos na indústria cultural

    Do mundo esportivo ao mundo da moda, da indústria da música à indústria cinematográfica, o surto de coronavírus está deixando marcas na indústria cultural. Veja:

    - Hoje (25), a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) decidiu adiar o Mundial de Tênis de Mesa 2020, que aconteceria de 22 a 29 de março em Busan, na Coreia do Sul. No país, as contaminações já passam de 700. A competição deve ocorrer em junho, mas tudo depende de como o vírus for controlado na Ásia.

    - Marcada para o segundo semestre, a Olimpíada de Tóquio corre o risco de ser cancelada. Segundo o site TMZ, que conversou com uma fonte do anônima do comitê olímpico, há chance real do evento esportivo ser temporariamente cancelado em 2020 por conta do temor do coronavírus na Ásia. Se não o cancelamento, o comitê estuda uma Olimpíada sem público nos ginásios e estádios.

    - Durante a Semana de Moda feminina de Milão, a grife Giorgio Armani, uma das mais aguardadas do evento, desfilou de portas fechadas, sem público, para prevenir que um aglomerado de pessoas representasse mais risco de contaminação. O desfile foi transmitido pelas redes sociais. 

    - Os produtores da Paramount decidiram paralisar nessa semana a produção do sétimo filme da franquia “Missão: Impossível”, com Tom Cruise. Três semanas de filmagens estavam previstas para ocorrer em Veneza, na Itália, mas o alarmante número de casos no país, que passa dos 230, deixou a equipe preocupada. 

    - O famoso grupo coreano de K-Pop BTS tem pedido aos fãs que não compareçam aos seus próximos shows em Seul, marcados para acontecer em estúdios de televisão. A recomendação é que a banda somente grave a apresentação, sem a presença da plateia ao vivo. 

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