Desfile de Amaya Arzuaga na Semana de Moda de Paris (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2012 às 23h53.
Paris - A cor, em formas regulares, sólidas e concretas, invadiu de forma ordenada as coleções ''prêt-à-porter'' primavera-verão 2013 das estilistas Amaya Arzuaga e Stella McCartney, que desfilaram nesta segunda-feira na Semana da Moda de Paris.
A criadora espanhola Amaya Arzuaga, originária de Lerma (Burgos), apresentou seus modelos nos salões da embaixada da Espanha na capital francesa.
É a quinta vez que participa dos desfiles na ''meca da moda'', ''uma meta'' e ''um sonho'' desde os seus primeiros passos como estilista, explicou Amaya em entrevista à Agência Efe.
''Continuo respeitando e ainda tenho certo temor, mas estou feliz de estar aqui'', confessou.
Para esta coleção, partiu da ''fotossíntese, do natural, do oxigênio, da regeneração, da vida'', e o processo criativo acabou levando até ''o orgânico contra o não orgânico''.
Desta combinação entre a natureza e a modernidade vem o ''leitmotif'' do plástico, presente em grande parte dos modelos.
''Começamos fazendo a coleção em verde e acabamos em cores muito puras: verde, vermelho, negro e branco'', garantiu Amaya, que destacou também a presença de degradês em suas roupas.
Já Stella McCartney pincelou algumas cores nos desenhos em branco da sua coleção ''prêt-à-porter'' para a próxima primavera-verão.
As cores sólidas, limitadas ao laranja, verde e azul, foram como pinceladas em uma tela, em algumas ocasiões veladas por gazes transparentes, enquanto o negro e o branco construíram conjuntos elegantes e as estampas, de pontos ou flores, foram a nota de originalidade e delicadeza.
Os padrões desproporcionais estão presentes tanto nas jaquetas, blusas e vestidos, como na calça comprida, nesta coleção da filha do ex-Beatle Paul McCartney.
Por sua vez, a marca francesa Leonard estreou seu estilista, o italiano Raffaelle Borriello, que apresentou nesta Semana da Moda de Paris seu primeiro ''prêt-à-porter'' para a grife.
''Trabalhei muito com as fotografias de Slim Aarons, que era o fotógrafo do ''jet-set'' dos anos 1960 e 1970'', comentou à Efe o criador, que deu seus primeiros passos na marca Balmain, para depois passar por Gucci, Sonia Rykiel e Yves Saint Laurent.
Sua coleção evoca imagens de despreocupação nos paraísos então reservados para a elite, como Acapulco, Capri e Palm Beach.
''Acapulco te faz sonhar, há imagens extraordinárias'', garantiu Borriello, que acrescentou que o seu objetivo foi traduzir o que foi o balneário mexicano nos anos 1960 e 1970, ''com formas mais modernas''.
Combinações de amarelo como o sol, com o negro da noite, estampam os vestidos com silhuetas da natureza.
Como era de se esperar, as calças capri desfilaram pela brilhante passarela, em que os tecidos predominantes foram a seda, a georgette e os paetês transparentes.
O objetivo era representar ''uma mulher que tem poder, que não tem medo da cor nem das estampas, que desfruta da vida'', contou Borriello.
O italiano Giambattista Valli defendeu as saias transparentes e as jaquetas em suas diferentes formas e sentidos. A estrita paleta de cores, em branco, negro e cinza, só foi alterada pela paixão do vermelho, em modelos em que as calças curtas chegaram a sua mínima identidade.
As aplicações florais, a renda, o metalizado dourado e o estampado com brocados foram os elementos que distinguiram à coleção.
Por fim, Saint Laurent fechou este dia da moda em Paris com a primeira coleção de Hedi Slimane como diretor artístico da casa.
Foram os primeiros desenhos de Slimane para mulheres, em sua volta às passarelas após cinco anos dedicados à fotografia e da primeira apresentação do renovado Saint Laurent.
Amanhã, a Chanel - outro grande nome da moda mundial - vai apresentar suas propostas para a próxima primavera-verão.