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Copa feminina termina com audiência recorde e prêmios no chão

A justificativa da Fifa para o abismo entre os prêmios é que a Copa de futebol masculino arrecada muito mais do que o evento feminino

Futebol: o valor total que a Fifa decidiu investir na Copa feminina que está sendo disputada na França não chega nem a 1% de suas reservas de cerca de 2,7 bilhões de dólares (Benoit Tessier/Reuters)

Futebol: o valor total que a Fifa decidiu investir na Copa feminina que está sendo disputada na França não chega nem a 1% de suas reservas de cerca de 2,7 bilhões de dólares (Benoit Tessier/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2019 às 07h15.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às 07h56.

Após quatro semanas de partidas jogadas em uma Copa do Mundo que pela primeira vez foi transmitida e TV aberta no Brasil, Estados Unidos e Holanda disputam a final no domingo. A seleção vencedora da partida, que passará a ser exibida às 12h no horário de Brasília, levará para casa o prêmio de 4 milhões de dólares. Em 2018, quando o time masculino da França saiu vitorioso, faturou um prêmio de 38 milhões de dólares.

A justificativa da Fifa para o abismo entre os prêmios é que a Copa de futebol masculino arrecada muito mais do que o evento feminino. De fato, na edição 2018, sediada na Rússia, a Federação faturou cerca de 2,8 bilhões de dólares somente com a venda de cotas de transmissão pela TV. Ainda assim, o valor total que a Fifa decidiu investir na Copa feminina que está sendo disputada na França não chega nem a 1% de suas reservas de cerca de 2,7 bilhões de dólares. Enquanto a Copa do mundo 2018 desembolsou 400 milhões de dólares para as seleções masculinas, a desse ano dividiu 38 milhões de dólares entre as seleções femininas.  

Ex-chefe do departamento de futebol feminino da Fifa até 2017, Tatjana Haenni afirmou, em entrevista recente, que “a diferença entre a premiação de homens e mulheres é ridícula” no campeonato. A grande questão, no entanto, é que para equivaler os prêmios, seria necessário saber o valor exato que a Copa feminina gera, dados que não são deixados claros pela Fifa e que tampouco são bem discutidos no mercado de futebol feminino. 

Dinheiro à parte, a Copa feminina celebrada este ano trouxe algumas boas notícias. Esta foi a primeira edição do evento com jogos do Brasil transmitidos na TV aberta, pela Rede Globo, desde o início do campeonato, em 1991. Patrocinadores da seleção brasileira, como o banco Itaú Unibanco, a fabricante de materiais esportivos Nike e o Guaraná Antarctica fizeram ações sobre a competição e a fabricante de cosméticos Boticário chegou a parar o expediente para que os funcionários assistissem aos jogos do Brasil, como acontece em várias empresas nas partidas masculinas.

A derrota do Brasil para a França foi vista por mais de 40 milhões de pessoas, um recorde histórico para a Copa feminina. Os próximos meses vão mostrar se o sucesso do evento ajudará a continuar impulsionando o esporte no país e no mundo — e se será o suficiente para fazer a Fifa rever, no futuro, o abismo na premiação pagas às atletas. 

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