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Consumo sustentável: marca VIHE lança coleção de roupas sem gênero

Peças de alfaiataria com jeans em tamanho oversized, produzidas em parceria com a Vicunha, fazem parte da linha

Coleção da VIHE: peças sustentáveis e com informação de moda (VIHE/Divulgação)

Coleção da VIHE: peças sustentáveis e com informação de moda (VIHE/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 10h08.

As tendências de moda vistas nos desfiles mais recentes (a maioria virtuais) estão aqui. As peças em alfaiataria e jeans genderless de tamanho oversized parecem mesmo decretar o fim da ditadura do slim. Minimalismo e utilitarismo dão o tom. As jaquetas vêm com bolsos amplos na frente, as calças são confortáveis e têm cordão no lugar do cinto, as camisas estão mais amplas. Os hoodies, moletons com capuz, também estão presentes.

Essa é a cara da nova coleção da VIHE, uma grife independente criada com premissas sustentáveis. O design é próprio, e os materiais são de parceiros. Os itens utilizam tecidos premium da Vicunha Têxtil. Os processos de tingimento visam a economia de água. Fibras recicladas são usadas na produção, com foco na redução de resíduos descartados no meio ambiente.

As peças em malha possuem selo BCI de produção sustentável do algodão. O processo de amaciamento, chamado Rice Recycle, é formulado a partir do óleo extraído da casca do arroz. Trata-se de um amaciante têxtil que elimina o uso de produtos químicos durante o processo de fabricação. Todas as etiquetas foram desenvolvidas em PU sintético, sem uso de plásticos, tinta ou matéria de origem animal.

Peça da marca VIHE

Peça da marca VIHE: mercado internacional com a Farfetch (VIHE)

Os botões da linha de camisaria são reciclados a partir de sementes de frutas e caixas de leite. Os acabamentos em metal possuem selo SIG, que busca a redução de riscos ao meio ambiente e a melhoria na eficiência do uso dos recursos naturais.

A marca foi criada no ano passado pelo estilista Henrique Bittencourt. Esta é a segunda coleção. As peças estão sendo vendidas na Guadalupe Store, na WT e na Casa Cipó, lojas multimarcas descolada em São Paulo, e no marketplace de moda Farfetch a partir de novembro. Nas lojas, como virou praxe nesse mercado, as vendas acontecem tanto na loja física como no online – e também diretamente para o consumidor por WhatsApp.

A produção é 75% maior do que a primeira coleção, agora com 1500 peças divididas em 20 itens. Isso porque a Farfetch também vai vender as peças da marca no mercado internacional. A jaqueta sai por 599 reais, as calças entre 449 e 489 reais. O moletom custa 699 reais.

Produzir moda com premissas sustentáveis já não é modismo. A indústria sabe que os consumidores cada vez mais vão exigir saber a procedência dos materiais e o modo de produção das peças. A questão é como fazer isso dentro de um modelo de negócios viável. As pessoas vão topar gastar mais pelas roupas de sempre? As marcas vão conseguir escala e margem?

Dentro desse panorama, marcas pequenas e independentes têm a vantagem de nascer com esse foco. “Graças a parceiros e a expertise em processos fabris, conseguimos chegar a um valor que consideramos justo. Estamos trabalhando para democratizar ainda mais nossos preços em 2021”, afirma Caio Predella, diretor de marketing da marca.

A marca está constantemente pesquisando materiais eco-friendly e acaba de lançar a + VIHE, uma consultoria para levar essa expertise para outras empresas. “A ideia é oferecer essa pesquisa de materiais para outras empresas e fazer uma colaboração não só de produtos, mas para toda a empresa”, diz Predella. “Podemos criar produtos com design da empresa e nossa expertise. Ou mesmo desenhar as peças. O importante é disseminar a sustentabilidade na moda.”

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