FCX-001: empresa aposta na tecnologia que vai tornar as pás traseiras menores obsoletas (Bell Helicopter/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2017 às 14h14.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 15h55.
Na maior feira da indústria de helicópteros, na semana passada, dezenas de aeronaves estavam estacionadas em um espaço de 28 mil metros quadrados no centro de convenções de Dallas, nos EUA.
Contudo, apenas uma atraía uma multidão constante, com mais de 1.000 pessoas reunidas em torno do FCX-001 da Bell.
Assim como as fabricantes de veículos lançam modelos conceito nos salões automotivos, a Bell Helicopter Textron decidiu no verão passado (Hemisfério Norte) construir um helicóptero para exibir suas tecnologias mais inovadoras, disse Scott Drennan, diretor de inovação da Bell, que tem sede em Fort Worth, Texas, EUA.
A pesquisa atual da empresa, amplamente conhecida pelos helicópteros UH-1 “Huey” usados pelos militares norte-americanos no Vietnã, provavelmente aparecerá em helicópteros daqui a muitos anos.
O FCX-001, exibido ao público no evento Heli Expo 2017, de três dias, é mais uma afirmação do que um protótipo de um setor que sofreu profundos recuos nos campos de petróleo e gás.
O conceito FCX transporta 8 a 12 passageiros, mas não foi pensado para voar. Em vez disso, apresenta diversos recursos de tecnologia que provavelmente migrarão para modelos de produção nos próximos anos, disse Drennan.
“O objetivo era permitir que a equipe criativa nos deixasse mais perto de nossos limites físicos e de engenharia ou transformasse nosso ponto de vista a tal ponto que a perspectiva ficasse realmente diferente”, disse ele.
“E então os engenheiros trariam esses modelos criativos mais para perto dos limites da engenharia e da física.”
Os helicópteros tradicionais possuem dois rotores, um no teto e outro na cauda. A Bell prevê que no futuro será usado apenas um devido à tecnologia “antitorque” que está em ascensão e que tornará as pás traseiras menores obsoletas.
Essa técnica deverá reduzir o nível geral de barulho do helicóptero -- uma consideração importante para compradores e órgãos reguladores, disse Drennan. Os engenheiros da Bell consideram o conceito promissor e planejam começar a testar a abordagem “seriamente” no terceiro trimestre, disse ele.
A capacidade de alterar as pás do rotor durante voos para a frente oferece duas grandes vantagens -- eficiência de combustível e um perfil de barulho geral menor. Mas existe um enorme obstáculo: os desafios de engenharia que surgem com a mudança da forma da pá em voo. Essa técnica poderá demorar muitos anos para chegar à fase de produção.
O FCX é baseado na ideia de misturar um turboeixo convencional para o rotor principal com um motor elétrico para mover o sistema antitorque da cauda. Os dois ficariam desacoplados, permitindo o desligamento do sistema traseiro se necessário.
A Bell está estudando fibras de carbono avançadas e outros materiais que poderiam ajudar a captar energia vibracional e convertê-la em eletricidade para o motor.
O FCX com dois motores tem um único assento de piloto, mas nenhum instrumento. Os controles de voo seriam comandados por meio de um capacete de realidade aumentada, parecido com a tecnologia empregada em avançados jatos de combate.
Os computadores de voo lidariam com parte das manobras de rotina e mais perigosas envolvidas em um voo seguro, disse Drennan. Os passageiros também usariam um capacete similar para comunicação e entretenimento. Em algum ponto, um helicóptero como o FCX voaria de forma autônoma.