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Como vender perfume online? Amyi revela através de inteligência artificial

Através de amostras de perfumes e um questionário produzido através de inteligência artificial, consumidores descobrem qual fragrância casa com seu estilo

Após o teste olfativo, é necessário responder um questionário neurolinguístico para escolher o perfume que mais casa com o consumidor. (Amyi/Divulgação)

Após o teste olfativo, é necessário responder um questionário neurolinguístico para escolher o perfume que mais casa com o consumidor. (Amyi/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 20 de maio de 2021 às 10h58.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 11h45.

“75% das emoções que sentimos durante o dia, foram engatilhadas através do olfato”, conta Larissa Mota, co-fundadora da Amyi. Criada no final de 2019, a DNVB brasileira conta com nove perfumes em seu portfólio e uma experiência inovadora na venda das fragrâncias: identificar qual perfume casa com as memórias e gostos do consumidor através de inteligência artificial

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Para além dos cheiros, a Amyi traz dois propósitos: elevar o nível da perfumaria brasileira, e transformar o varejo. Em pouco tempo desde o lançamento, a marca já conquistou partes dos objetivos ao crescer 520% no ano passado, zerar os estoques duas vezes e ser indicada no “The Art and Olfaction Arwards”. Em entrevista à Casual, Mota conta sobre o mercado de perfumaria brasileiro e internacional, o perfil dos consumidores e o futuro da Amyi

Em uma caixa de papel branca envolvida por um laço, encontram-se nove pequenos frascos numerados de 7ml. Ao observar as amostras, logo vêm à mente que é possível testar todos de uma só vez. Porém, a proposta da experiência é outra. Primeiro os perfumes precisam ser sentidos no papel, mas o convencional acaba por aí. Logo em seguida são apresentadas imagens como cores, texturas e sentimentos que podem, ou não, remeter ao perfume. Ao final, um vídeo do perfumista que desenvolveu a fragrância explica sobre os ingredientes e a composição, e te convida a dar uma nota ao perfume. Após testar e rankear os nove perfumes, um é eleito o que mais casa com o consumidor (às vezes o surpreendendo), e um frasco de 100ml da fragrância é enviado. A experiência custa 435 reais (incluso perfume de 100ml ao final do teste). Já os perfumes, sem a experiência, podem ser comprados individualmente por 390 reais, 100ml.

Os nove perfumes da primeira coleção da Amyi. (Amyi/Divulgação)

Seguindo os direcionamentos de testagem, e após mais de uma hora provando três perfumes, e se dando conta das mudanças nas notas ao longo do tempo, é preciso mais do que um dia para entender, de fato, o cheiro do perfume. “Através da inteligência artificial usada, queremos entender o consumidor e oferecer o que faz sentido para cada indivíduo”, explica Mota, “no futuro, nossos dados terão muito valor para o varejo”, adiciona.

Com passagens por grandes players de perfumaria e beleza, como Givaudan e Mary Kay, Larissa ao lado de Luciana Guidi, cofundadora e CMO da Amyi, analisaram a experiência do consumidor na testagem de perfumes. “Percebemos que o olfato satura, ao provar o quarto perfume, nosso nariz e cérebro já estão cansados”, comenta Mota, acrescentando que, mais de 80% dos consumidores já compraram um perfume e ao chegarem em casa, se arrependeram da compra. A proposta da Amyi é inverter este alto índice. Visto que o perfume evolui ao longo do tempo, apenas testá-lo rapidamente não é o suficiente para entender suas complexidades. 

De fato, enquanto testava o Amyi III, o perfume me pareceu o match perfeito com suas notas de saída (a primeira impressão, logo após testar o perfume). O que mudou ao longo do tempo, em que as notas de fundo (a base da fragrância) apareceram, e a fragrância caiu no ranking. 

Após as anotações das percepções, o perfumista explica sua criação. Detalhe, todos os perfumes são sem gênero. Sandra Casagrande, Cleber Bozzi e Samuel Moraes são os destaques da primeira coleção. “Damos total liberdade criativa aos perfumistas, queremos colocar seus talentos à prova”, comenta Mota sobre a valorização dos ‘narizes’ que tiveram retorno rápido. Após seis meses do lançamento da marca, Moraes, responsável pelos perfumes VIII, IX e X, foi indicado na categoria “Perfumaria Independente” na 7º edição do “The Art and Olfaction Arwards” com o Amyi VIII. “A indicação, além de ter impulsionado a carreira do Samuel, mostrou que a perfumaria de qualidade tem impacto na vida e carreira dos perfumistas”, acrescenta Larissa. 

Esta maior autonomia aos criativos, insere a marca na perfumaria de nicho. Na categoria, o perfumista tem palco e maior liberdade criativa para compor e se expressar artisticamente, sem a preocupação com a aceitabilidade comercial do perfume. “Aqui, o ingrediente é o protagonista da conquista, um storyteller, com menção honrosa no nome das fragrâncias. Não é uma perfumaria de grande escala e consumo rápido”, comenta.

Após um 2020 de crescimento, aportes (foram três, incluindo um no programa Shark Tank Brasil), e premiações, a marca pretende crescer três vezes neste ano. Para isso, lançará em julho sua segunda coleção. Serão seis novos perfumes, com a jornada sensorial completamente remodelada, e novos perfumistas. 

Os novos perfumes da segunda experiência Amyi. (Amyi)

“Essa coleção é ainda mais especial. Além dos seis perfumes, criamos uma nova plataforma para a experiência Amyi desenhada em conjunto com a Push Start, software especializada em experiência online e gamificação. Agora o consumidor vive a jornada sensorial de maneira completa, intuitiva e fluida, acessando todos os sentidos”, comenta Larissa. 

As fragrâncias contam com ingredientes como jasmim absoluto do Egito, madeira oud envelhecida, ruibarbo e íris negra. Além dos perfumes serem sem gênero, também são veganos e sem testes em animais. “Questionamos como trazer inovação além do olfato. Não queremos ser mais uma marca concorrente, mas puxar a barra e fazer todas as casas de perfumaria subirem juntas em inovação de produtos e tecnologia”, finaliza Mota. 

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