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Como é o apartamento mais caro do mundo

Cobertura de prédio que acaba de ser inaugurado em Londres custa nada menos do que 374 milhões de reais

Condomínio One Hyde Park, em Londres: só a cobertura custa R$ 374 milhões (Divulgação)

Condomínio One Hyde Park, em Londres: só a cobertura custa R$ 374 milhões (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 09h19.

São Paulo - É bastante curioso que o imóvel residencial novo mais caro do mundo tenha acabado de ser construído em Londres, um dos epicentros do estouro da bolha imobiliária que afundou as economias dos países mais desenvolvidos do mundo em 2008. O One Hyde Park é um condomínio de quatro prédios que abrigam 80 apartamentos colocados à venda por ao menos 6,5 milhões de libras (16 milhões de reais). Esse preço já não assusta tanto quem mora em São Paulo, onde diversos apartamentos e mansões o superam com folga (clique aqui e veja alguns).

A diferença é que o apartamento de 16 milhões de reais é o mais simples do condomínio One Hyde Park - tem apenas um dormitório. Os imóveis mais caros são as quatro coberturas que ocupam os dois últimos andares de cada prédio. Os imóveis possuem 2.780 metros quadrados cada e, segundo a imprensa britânica, um deles foi vendido por 140 milhões de libras (ou 374 milhões de reais), o maior valor já pago por uma moradia nova na história.

Engana-se quem imagina que os demais encalharam devido aos preços salgados. Segundo os sócios do empreendimento, cerca de 60 unidades já foram comercializadas. Em troca de tanto dinheiro, os compradores têm acesso a muito luxo, mordomias, conforto e segurança. Os interiores dos apartamentos de seis dormitórios foram desenhados pelos irmãos Christian e Nick Candy, que estão entre os sócios do empreendimento.

A decoração inclui obras de arte espalhadas por todos os lados e móveis que poderiam estar em museus ou alcançar alguns milhões de reais se vendidos por alguma casa de leilão. Os pisos e paredes são revestidos com mais de 15 tipos de pedras vindas de países como Turquia, Brasil, China e Egito. O sistema de segurança inclui vidros a prova de bala em todas as coberturas, abrigo antibomba e leitores de retina para permitir o acesso ao prédio apenas das pessoas autorizadas.

Os moradores não precisarão sair de casa para se divertir. As coberturas possuem cinema privativo e piscina de 21 metros para uso exclusivo. Sauna a vapor, academia particular, sala de relaxamento, adega de vinhos, quadra de squash, simulador de golfe e sala de jogos virtuais também estão à disposição. O sistema de aquecimento e esfriamento de ambiente obedece a todas as melhores práticas de sustentabilidade. Já o sistema de iluminação externa é formado por luzes programadas para trocar de cor lentamente durante toda a noite.

Os serviços são outro diferencial do empreendimento. Concierges, mordomos, seguranças e pessoal de limpeza formam um grupo de 60 pessoas destacado para atender os moradores 24 horas por dia. Todos foram treinados no hotel Mandarin Oriental, um dos mais luxuosos 5 estrelas de Londres, localizado logo ao lado do condomínio. Além disso, o estacionamento subterrâneo dispõe de serviço de manobrista e profissionais responsáveis pela limpeza do veículo.


Duas marcas de luxo já assinaram contratos para abrir lojas dentro do empreendimento: a McLaren (carros) e a Rolex (relógios). Há rumores de que em breve a Chanel também deve se instalar por lá. Como se não bastasse, a localização do empreendimento também é um atrativo em si. Os apartamentos ficam de frente para o Hyde Park, um dos mais bonitos parques da Europa, na altura da estação Knightsbridge do metrô.

Teste de fogo

A venda dos apartamentos tem sido encarada por especialistas do mercado imobiliário como um teste de fogo para Londres. O One Hyde Park foi lançado em 2006, quando o mercado imobiliário londrino ainda vivia anos de euforia. A construção, no entanto, só começou em 2007, pouco depois da demolição do prédio que abrigava o mesmo terreno. Mesmo na época, o empreendimento já era considerado caro e extravagante. crise de 2008 fez muita gente apostar que os imóveis nunca seriam vendidos nem acabariam de ser construídos.

O futuro mostrou que os críticos estavam enganados. Ninguém sabe quem são os compradores dos 60 apartamentos já vendidos, mas há vários indícios de que há muitos árabes e asiáticos entre eles. Uma das coberturas ficará com o xeique Hamad Bin Jassim, primeiro-ministro do Qatar e um dos sócios do empreendimento. O jornal "Daily Telegraph" afirma que o comprador de uma cobertura de 140 milhões de libras seria outro magnata do petróleo do Oriente Médio ou da África.

Para especialistas, o mercado imobiliário de Londres foi salvo pela própria falta de espaço da cidade. Era impossível haver uma grande oferta de imóveis nas regiões centrais. Por esse motivo, e também pelo grande interesse de estrangeiros, a queda de preços acumulada desde 2008 foi bem menor que a média geral do país - fenômeno idêntico foi verificado em Nova York.

Donos

Os sócios do empreendimento são o primeiro-ministro do Qatar e os irmãos Candy, que fizeram fortuna no mercado imobiliário britânico. Os irmãos não nasceram ricos e tiveram de tomar um empréstimo de 6.000 libras da própria mãe para comprar o primeiro apartamento, reformá-lo e depois revendê-lo com um lucro de 50.000 libras. A experiência bem-sucedida os estimulou a investir nesse ramo.

Em 1999, eles abriram a Candy & Candy, que se especializou em decoração de luxo para apartamentos de milionários. Mas foi apenas por meio da sociedade com o primeiro-ministro do Qatar que eles próprios ficaram ricos. Para construir o One Hyde Park, os sócios tomaram um empréstimo de 1,15 bilhão de libras do banco alemão Eurohypo. Se realmente só houver pouco mais de 20 imóveis ainda à venda, não será difícil para eles quitar o financiamento e ainda embolsar um bom dinheiro.

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