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Como as emoções vão impactar o mercado de moda em 2027?

Segundo a consultoria de previsão de tendências WGSN, três sentimentos devem moldar como as pessoas consomem

Para 2027, a WGSN prevê três emoções: alegria estratégica, “desvontade” e otimismo cético (alvaro gonzalez/Getty Images)

Para 2027, a WGSN prevê três emoções: alegria estratégica, “desvontade” e otimismo cético (alvaro gonzalez/Getty Images)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 20 de maio de 2025 às 14h57.

Última atualização em 20 de maio de 2025 às 15h09.

Algumas das emoções mais sentidas nos últimos anos envolvem contrastes. Enquanto o estresse, o tédio e a sensação de desregulação aparecem como sentimentos negativos, as pessoas também estão buscando por atividades que as tragam pertencimento, serenidade e inspiração. Segundo a consultoria de tendências WGSN, estas emoções irão desencadear três sentimentos que devem moldar como as pessoas consomem e como as marcas se adequarão para atender as necessidades nos próximos anos.

Para 2027, a WGSN prevê três emoções: alegria estratégica, “desvontade” e otimismo cético. Essas tendências indicam mudanças importantes para o mercado. Quando colocadas sob a ótica do mercado de moda, é possível analisar possíveis tendências para os próximos anos.

A primeira emoção mencionada, a alegria estratégica, surge como uma evolução de previsões anteriores da WGSN, que falavam em encantamento (2024), imaginação (2025) e microalegrias (2026). Em 2027, consumidores e empresas passam a valorizar o brincar como ferramenta para autodescoberta, conexão e inclusão. Segundo a consultoria, pesquisas indicam que marcas que adotam um tom mais leve e bem-humorado melhoram sua relação com o público.

No setor da moda, isso deve se traduzir em coleções que valorizem diversidade, conforto emocional, com peças com cores vibrantes, estampas lúdicas, modelagens confortáveis que permitam movimento.

Já o conceito de “desvontade” reflete o desejo de aliviar responsabilidades. Segundo a consultoria, o conceito criado por John Koenig aponta para uma busca por vida mais simples, com menos demandas e maior significado nas relações. Em 2027, a “desvontade” será uma estratégia de combate à fadiga, com mais pessoas buscando desconexão digital e práticas de autocuidado.

Nas vitrines, serão esperadas coleções com peças versáteis, duráveis, de fácil cuidado e práticas, alinhadas ao consumo consciente e minimalista. A moda focada em loungewear, athleisure ou peças essenciais e duráveis que não demandem constante atenção ou substituição podem crescer ainda mais no mercado.

O otimismo cético, por sua vez, será a postura emocional predominante para grande parte da população. O sentimento unirá o otimismo à desconfiança diante das grandes transformações tecnológicas, como a inteligência artificial, e a influência de empresas dominantes de tecnologia.

Esse cenário traz uma relação complexa com a tecnologia, entre fascinação e apreensão, alimentada pelo encanto com as novas possibilidades, medo das consequências não intencionais e desilusão por expectativas não atendidas.

No consumo de moda, o otimismo cético pode levar a uma busca por transparência e autenticidade nas marcas, que precisam construir confiança em meio à desconfiança generalizada. Coleções poderão refletir esse equilíbrio, mesclando inovação tecnológica, como tecidos inteligentes ou produção sustentável, com um design que transmite segurança e sobriedade.

As marcas e criadores de conteúdo terão a função de mitigar dúvidas e oferecer experiências que transmitam equilíbrio e confiança em uma era de sentimentos negativos.

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