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Começa Fashion Week de Londres, 100% virtual e sem Victoria Beckham

Além da pandemia do coronavírus, o Brexit é outro fator que está prejudicando o setor da moda no Reino Unido

Modelos apresentam criações de Victoria Beckham durante a Fashion Week de Londres, em 15 de setembro de 2019. (PAULINE FROISSART/AFP)

Modelos apresentam criações de Victoria Beckham durante a Fashion Week de Londres, em 15 de setembro de 2019. (PAULINE FROISSART/AFP)

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Julia Storch

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 11h04.

A Fashion Week de Londres começa nesta sexta-feira (19) em formato totalmente digital em um país confinado pela pandemia do coronavírus, com alguns grandes nomes no programa, como Burberry, mas sem Victoria Beckham.

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Apesar da ausência de estrelas, "influencers" e jornalistas de moda neste evento que termina terça-feira, alguns estilistas decidiram realizar um desfile. É o caso do turco instalado em Londres Bora Aksu, da britânica Molly Goddard, ou da irlandesa Simone Rocha, cujos desfiles serão veiculados no site da organização.

A maioria dos 94 estilistas participantes optou por vídeos para valorizar suas coleções que podem ser masculinas, femininas, ou mistas, já que esta Fashion Week optou pelo "gender fluid" (gênero fluido).

O italiano Riccardo Tisci, diretor criativo da marca britânica Burberry, conhecida por seu icônico trench coat, apresentará a coleção masculina outono/inverno 2021 na segunda-feira.

Embora não tenha especificado como será o formato dessa apresentação, em setembro a Burberry inovou na apresentação de sua coleção primavera/verão 2021. Na oportunidade, organizou um desfile no meio da floresta transmitido pelo Twitch, uma plataforma de streaming que popularizou a veiculação de vídeos que oferecem a possibilidade de comentar ao vivo. Mais de 40 mil pessoas assistiram ao evento.

Impacto do Brexit

A ex-Spice Girl que virou estilista Victoria Beckham optou por apresentar suas criações poucos dias antes da Fashion Week.

Esta coleção, que mescla as temporadas, pretende ser "otimista, mas realista", explicou Victoria, que passa seu confinamento na Flórida, já que seu marido, o jogador de futebol David Beckham, é um dos coproprietários do Inter Miami.

Apesar da pandemia, "as pessoas querem se vestir", disse Victoria Beckham. "Mas há uma necessidade de conforto" e uma "sensação de proteção", que se reflete em algumas vestimentas com detalhes militares. Há também um lado alegre e delicado, com cores e motivos florais, ou peixes vermelhos.

Uma leveza que contrasta com o contexto sombrio da moda britânica, que sofreu as consequências da pandemia de covid-19, especialmente letal no Reino Unido, com mais de 118 mil mortes, e que levou a um segundo confinamento desde o início de janeiro.

O setor da moda britânico, que emprega mais de 890 mil pessoas e gerou em 2019 cerca de 35 bilhões de libras (48 bilhões de dólares), também sofre os efeitos do Brexit e do fim da livre-circulação entre a União Europeia e o Reino Unido.

No início de fevereiro, centenas de personalidades da moda, incluindo as modelos Twiggy e Yasmin Le Bon, assinaram uma carta aberta publicada pelo organismo Fashion Roundtable, alertando o governo para o risco de o setor ser "dizimado" pelo Brexit.

Para aumentar a visibilidade dos jovens talentos, o British Fashion Council (BFC), que representa esta indústria, fechou um acordo com a rede social TikTok. O BFC também fez parceria com a Clearpay, grupo especializado no "Buy now pay later" ("Compre agora e pague depois"), que propõe soluções de parcelamento on-line.

Este acordo tem como objetivo "continuar a desenvolver a Fashion Week, abrindo-a para uma gama mais ampla de consumidores e adaptando-a às necessidades dos criadores", explicou a CEO do BFC, Caroline Rush, em um comunicado.

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